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Produção de vinho no Brasil cresce, enquanto no mundo recua

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A produção mundial de vinho caiu 8,2% em 2017,  para 246,7 milhões de hectolitros (Mhl), o menor resultado em 60 anos, em consequência de “condições meteorológicas desfavoráveis”, de acordo com dados da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV).  Um hectolitro representa 100 litros, ou o equivalente a pouco mais de 133 garrafas padrão de 750ml.

Apesar da queda no panorama global, o Brasil registrou um salto de 169% em sua produção, passando de 1,3 milhão de hectolitros, em 2016, para 3,4 milhões de hectolitros, em 2017. O país ocupa a 14ª posição no ranking dos maiores produtores do mundo, segundo a OIV.

O nível de produção global de 2017  é o mais baixo desde 1957, quando foram produzidos 173,8 milhões de hectolitros, e a queda ocorreu em grande parte devido as perdas registradas pelos  três maiores produtores de vinho: Itália, França e Espanha. Mas todos os principais produtores de vinho da União Europeia (UE) foram atingidos pelo clima rigoroso, o que levou a uma queda geral no bloco de 14,6%, para 141 milhões de hectolitros.

Na Itália, a produção foi de 39,3 Mhl, queda de 23%. Na França, ficou em 36,7 Mhl, recuo de 19%, enquanto na Espanha a produção atingiu 33,5 Mhl, diminuindo 15%.

Em Portugal, 11º maior produtor mundial, contudo, a produção aumentou 10%, atingindo os 6,6 milhões de hectolitros, o segundo valor mais elevado dos últimos cinco anos, apenas atrás dos 7 milhões registados em 2015.

A produção manteve-se relativamente estável nos Estados Unidos (-1%), o quarto maior produtor mundial, enquanto na China - sétimo maior produtor, atrás de Austrália e da Argentina -  registou-se  queda de 5%.

A Argentina, sexto maior produtor, registou  alta de 25%, beneficiando do fato de 2016 ter sido um ano com uma produção excepcionalmente baixa. No Chile, nono produtor, houve decréscimo de 6%.

O governo francês informou que a produção atingiu uma mínima devido a uma série de más condições climáticas, incluindo geadas da primavera, secas e tempestades que afetaram a maioria das principais regiões produtoras, incluindo Bordeaux e Champagne.

Em Bordeaux, no sudoeste da França, a produção caiu 40% em 2017 em relação a 2016 devido à geada que afetou a região no fim de abril. “A produção global de 2017 foi de 3,5 milhões de hectolitros, em queda de 40% com relação a 2016. A zona de Saint-Emilion foi a mais afetada e a de Medoc a menos afetada”, indicou o Conselho Interprofissional de Vinhos de Bordeaux (CIVB).  “O dado não reflete a realidade, pois algumas propriedades perderam 80% ou 90% de sua colheita” e outros não foram afetados, explicou.