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FGV: balança comercial tem superávit recorde em 2017 e atinge US$ 67 bilhões

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No ano de 2017, o superávit da balança comercial atingiu seu valor recorde, US$ 67 bilhões. Para 2018, o superávit será menor, com aumento das importações e com menor crescimento das exportações. As informações são do Indicador do Comércio Exterior (Icomex), divulgado nesta quarta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Economia de Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Diferentemente dos anos de 2015 e 2016, quando o superávit foi liderado por uma queda nas importações acima do recuo das exportações, o de 2017 foi puxado por um aumento das exportações (17,6%) acima das importações (9,6%).

As 23 principais commodities exportadas pelo Brasil contribuíram em 77% para o aumento das exportações entre 2016 e 2017 e representaram 52% do total exportado em 2017. As exportações de não commodities experimentam crescimento inferior ao das commodities, 8,8%, em valor. 

O bom desempenho das commodities é explicado tanto pelo aumento nos preços 13,8% como do volume (10,5%), entre 2016 e 2017.  Os termos de troca aumentam 4,4% em 2017, um percentual inferior ao de 2016, 4,8%.

Em volume, as exportações aumentaram 9,4% liderada pelo setor agropecuário (24,3%) e os preços cresceram 9,5% com destaque para a indústria extrativa, aumento de 34%. 

As importações de bens de capital da indústria de transformação continuam a trajetória de queda iniciada em 2014. O setor agropecuário que seguia a mesma tendência, aumenta suas importações de bens de capital em 2017, 39,7%. 

As importações de bens intermediários pela indústria de transformação, que estavam em queda desde 2013, voltaram a crescer (7,4%) confirmando a recuperação da indústria. 

Foi introduzido o índice de petróleo e derivados, que passará a constar no ICOMEX. Em 2017, preços aumentaram 32% e o volume, 19,6%. Desde 2010, não tinha sido registrada variação positiva conjunta dos dois índices. 

Segundo a pesquisadora da área de Economia Aplicada do Ibre Lia Valls, “não se espera que os preços e o volume das commodities registrem aumentos como o de 2017, que foi uma recuperação em relação aos níveis baixos de 2015/2016, em especial para o minério de ferro e o petróleo. O aumento do volume depende do crescimento do comércio mundial que deverá ser menor em 2018 do que o previsto para 2017 (ao redor de 3,5%), que partiu de uma base baixa (o crescimento entre 2015/16 foi de 1,3%). Logo para assegurar expansão no valor exportado, as manufaturas deveriam crescer acima do percentual de 9% ocorrido entre 2016/17. Pouco provável, pois o aumento nas exportações de manufaturas liderada pelo setor automotivo foi beneficiada pela recuperação da economia argentina e pela ampliação de cotas em acordos assinados em 2016/17. Não é esperado que o crescimento de 2018 supere o de 2017 na Argentina.” 

Corrente de comércio 

As exportações e as importações interromperam suas trajetórias de queda iniciadas em 2012 e 2013 e cresceram 17,6% e 9,6%, respectivamente entre 2016 e 2017. A corrente de comércio aumentou entre esses dois últimos anos de US$ 23 bilhões para US$ 369 bilhões. No entanto, ainda está longe do pico de 2013, quando alcançou o valor de US$ 482 bilhões.