ASSINE
search button

'Bloomberg': Rombo de R$ 28 bi afetará holerites da Petrobras por 18 anos

Mais 60% do déficit resulta de investimentos em empresas investigadas por corrupção

Compartilhar

Matéria publicada nesta quinta-feira (19) pela Bloomberg conta que esqueletos que se formaram dentro do fundo de pensão da Petrobras nos últimos anos deverão perseguir mais de 80.000 trabalhadores da Petrobras por 18 anos.

De acordo com a Bloomberg o plano de saneamento aprovado pela empresa e que deve ser implementado antes do Natal levará a cortes de até 40 por cento nos pagamentos de funcionários da ativa e aposentados para manter a solvência do principal plano do fundo de pensão da empresa, o Petros. 

Segundo a reportagem os cortes propostos pela Petrobras miram um déficit de R$ 27,7 bilhões acumulado pelo fundo desde 2013, quando muitos de seus investimentos foram prejudicados por escândalos de corrupção e pela crise financeira do país.

Se avalizados pelo governo, os cortes — que variam de acordo com o nível salarial — podem ser iniciados em dezembro. A lei obriga que patrocinadores e empregados cubram o rombo solidariamente depois de três anos de déficit, aponta o noticiário. 

A Petros informou que todos os participantes e aposentados já fazem contribuições mensais regulares para o fundo e que as contribuições adicionais não passarão de 26,9% do salário. O presidente da Petros, Walter Mendes, argumenta que o fundo pode entrar em colapso e não ter condições de pagar benefícios sem as mudanças planejadas. Já há ações judiciais contra as medidas. Trabalhadores argumentam que a conta é alta demais e que estão pagando por decisões escusas de investimento das quais foram vítima.

“A carga é muito pesada para nós, o preço é alto demais e 18 anos é muito tempo”, disse Sílvio Sinedino, que se aposentou em julho e terá cerca de R$ 3.000 dos R$ 10.000 que recebe da Petros descontados automaticamente do holerite.

Bloomberg destaca: Sessenta por cento do déficit de R$ 27,7 bilhões resulta de investimentos em empresas que se tornaram alvos de investigações de corrupção e do impacto da recessão no Brasil, segundo a Petros. O aumento da expectativa de vida dos brasileiros e outras mudanças estruturais respondem pelos 40 por cento restantes.

>> Bloomberg