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'Financial Times': Investidores brasileiros desejam "Carnaval" de privatizações

Ações aumentam em antecipação à onda de vendas de ativos no impulso decorrigir déficit 

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Matéria publicada nesta segunda-feira (16) pelo Financial Times conta que quando Fernando Coelho Filho, ministro das Minas e Energia do Brasil, perguntou na televisão este mês sobre a privatização da Petrobras, ele não poderia imaginar a agitação que estava prestes a causar.

"O ministro disse que espera uma maior privatização da Petrobras, a empresa de energia dominante em que o governo e as entidades estaduais detém uma participação de voto de mais de 60 por cento, a longo prazo".

As especulações enviaram à Petrobras, uma elevação de cerca de 4 por cento no dia seguinte, obrigando o governo a retroceder. Funcionários disseram que a venda politicamente sensível de uma empresa que é fonte de orgulho nacional não estava na agenda, informa o Times.

No entanto, o episódio foi uma lembrança da popularidade nos mercados com o anúncio do programa para vender ativos estaduais lançados pelo governo de Michel Temer. Assolado por escândalos de corrupção, o governo está provando ser incapaz de entregar reformas fiscais para preencher um déficit orçamentário próximo de 10 por cento, assim como mudanças no sistema de pensões excessivamente generoso. Portanto, as são privatizações tornam -se promissoras.

"Em vez de gerar despesas mais baixas ou mais receitas das reformas [fiscais], eles tentarão obter mais receitas, embora não recorrentes, da privatização, tendo visto que isso ajudou muito a animar o mercado", diz Ronaldo Patah, diretor de investimentos para o Brasil no UBS Wealth Management,

As promessas do governo de privatizar uma variedade de ativos do estado, como a Eletrobras, estradas, aeroportos, portos e vias férreas, eleva o mercado a níveis macroeconômicos fortes. 

O Brasil está finalmente emergindo de dois anos de profunda recessão, e a economia deverá expandir 0,7 por cento este ano e 2,4 por cento em seguida, de acordo com uma pesquisa de economistas pelo banco central. Alguns bancos, como o UBS, preveem um crescimento de apenas 3,1 por cento no próximo ano, aponta Financial Times.

A inflação caiu mais rapidamente do que o esperado para 2,5% ano-a-ano em setembro - abaixo da faixa alvo do banco central de 4,5%, mais ou menos 1,5 por cento.

A melhoria rápida dos fundamentos econômicos compensou em parte o desapontamento com a capacidade do governo Temer de entregar as reformas prometidas, dizem analistas. Temer conseguiu eliminar empréstimos subsidiados para o setor corporativo, introduzir leis trabalhistas mais flexíveis e liberalizar o setor de petróleo, observa o FT.

"As empresas nos últimos dois anos, devido à longa recessão, reduziram os custos de forma massiva e agora é o momento de se beneficiar", diz o Sr. Cherman.

>> Financial Times