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'El Cronista': União Industrial Argentina critica aumento de importações do Brasil

Jornal diz que reclamações serão apresentadas em relatório ao Comitê Executivo 

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O jornal argentino El Cronista publicou nesta domingo (20) uma matéria onde relata que apesar do aumento de atividade anual nos últimos dois meses, o Brasil ainda é uma bebida amarga para os empresários. Não só a recuperação do PIB dificilmente crescerá, as projeções, 0,4% este ano, mas está exportando fortemente para a Argentina, em um contexto em que o mercado doméstico permanece muito ressentido. Esta preocupação, que a UIA (União Industrial Argentina) já esboçou em sua reunião na semana passada, será fortalecida quando apresentar um relatório ao comitê executivo da instituição.

O diário afirma que o Centro de Estudos Econômicos (CEU) da fábrica está preparando um relatório que tornará público depois de apresentá-lo entre os industriais. A mensagem que procura dar é que o déficit comercial com o mercado principal atingirá o mesmo nível de 2016 nos primeiros sete meses do ano e que, com a queda da demanda local, os setores estão substituindo a produção nacional pelas importações.

O setor automotivo é uma das razões dessa tendência, já que os carros fabricados na Argentina subiram 33,4% no período janeiro-junho, mas a maioria dos carros vendidos são brasileiros. A produção local, entretanto, foi 2,1% menor do que no primeiro semestre do ano passado, aponta o noticiário.

Mas esta situação está acontecendo na maioria dos setores que interagem comercialmente com o maior parceiro do Mercosul. Embora as exportações para esse destino tenham crescido ligeiramente (4%) nos primeiros seis meses do ano, as importações subiram 25%. Medido em valor, as compras de produtos brasileiros representaram US $ 8363 milhões, enquanto as vendas para esse país atingiram US $ 4428 milhões. O déficit, então, foi de US $ 3935 milhões, quando em todo o ano de 2016 foi de mais de US $ 4,6 bilhões.

"O problema é que um pico de comércio foi alcançado em 2011, quando então começou a cair muito fortemente. No ano seguinte houve restrição de importação, mas as exportações argentinas para esse país começaram a sofrer mais fortemente devido a uma queda na demanda no Brasil e perda da competitividade local. "O Brasil agora está se recuperando um pouco, mas as importações estão voando", disse um industrial da UIA.

As projeções de crescimento do país vizinho indicam 0,4%, que sobe para 0,7% se considerarmos apenas a recuperação da atividade industrial. Com esses valores, o aumento das exportações argentinas tem um teto; Portanto, também o aumento do setor industrial local.

O Estimador Mensal Industrial (IME) publicado pelo Indec refletiu crescimento anual de 2,7% em maio e 6,6% em junho, mas o ano não fechará muito acima do aumento geral da economia, estimado em 3% no máximo. Mesmo na UIA eles prevêem entre 1% e 2%, conclui.

> > El Cronista