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'The Economist': Guerra contra pobreza está prestes a ficar mais difícil

Mundo tem sido bem-sucedido na eliminação da pobreza, mas progresso está diminuindo

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The Economist traz nesta quarta-feira (3) uma matéria onde fala sobre as possíveis dificuldades em se combater a pobre no mundo, durante os próximos anos. 

Nas últimas décadas algo incrível aconteceu. A proporção e o número de pessoas extremamente pobres no mundo (na definição atual, as pessoas que consomem menos de US $ 1,90 por dia) mergulhou, diz The Economist. 

Para The Economist isto é extremamente bem-vindo. As pessoas que vivem com menos de US $ 1,90 por dia são muito pobres de fato - pobres, de fato, até mesmo pelos padrões dos países mais pobres do mundo. Portanto, é lamentável que o declínio acentuado da pobreza não seja suscetível de continuar. A pobreza extrema provavelmente não cairá tão rapidamente nos próximos anos quanto tem feito nas últimas décadas. Sabem por quê?

Texto da revista britânica afirma que o Banco Mundial, que acompanha a pobreza, estima que 1,9 bilhão de pessoas eram extremamente pobres em 1981. Naquele ano, os pobres representavam 42% da população mundial. Em 2013, em contraste, apenas 767 milhões de pessoas eram pobres. Como a população mundial tem crescido tanto entretanto, a proporção de pobres na população caiu ainda mais rapidamente, para pouco menos de 11%. A única razão e principal para esta tendência é a China. Em 1981, quase inacreditavelmente, 88% dos chineses (e 96% dos chineses rurais) parecem ter vivido abaixo da linha de pobreza. Em 2013, apenas 2% dos chineses eram extremamente pobres.

Isso não pode continuar, aponta The Economist. A China logo erradicará a pobreza extrema, se ainda não o fez. Assim como países como a Indonésia e o Vietnã, que têm sido quase tão bons em reduzir a pobreza. Isso deixa um pedaço de pobreza no sul da Ásia e, especialmente, na África subsaariana. Em 2013, pela primeira vez, mais de metade dos pobres no mundo eram africanos. A pobreza será muito mais difícil de erradicar nesses lugares. Os países do Sul da Ásia como Bangladesh e Índia têm um crescimento econômico decente, mas sistemas de bem-estar fracos. África nem sequer tem o primeiro, especialmente considerando quão rapidamente sua população está aumentando. Além disso, os pobres africanos muitas vezes vivem com menos de US $ 1,90 por dia. Mesmo os países africanos que estão crescendo razoavelmente bem, como a Etiópia e o Ruanda, terão grandes populações pobres por muitos anos, mesmo que as rendas cresçam de forma generalizada.

A consequência mais óbvia, mas menos importante, dessa mudança é que o mundo provavelmente perderá um alvo, avalia The Economist. O primeiro dos "objetivos de desenvolvimento sustentável" da ONU tem o mundo cortando a pobreza para 3% até 2030. Isso provavelmente não vai acontecer. Mais importante será uma perda generalizada de confiança. A guerra contra a necessidade foi tão bem ao longo dos anos que uma desaceleração repentina virá como um choque. Mas pelo menos a pobreza profunda está contida. Já não é um flagelo global, apenas sul-asiático e africano. Isso é motivo de celebração.

> > The Economist