Matéria publicada neste domingo (23) pelo jornal Financial Times conta que o Japão está pronto para relançar a Trans-Pacific Partnership.
O diário financeiro afirma que de acordo com funcionários que trabalham no comércio, Tóquio está agora pronto para prosseguir com uma pequena mudança no texto existente da TPP.
Times aponta que a decisão poderia ser uma enorme benção para os exportadores não-americanos de alimentos, como a Austrália, e mudar a dinâmica dos negócios comerciais na Ásia, oferecendo uma alternativa à Parceria Econômica Regional Abrangida pela China.
"Vamos começar as negociações sobre uma TPP de onze membros, menos os EUA, na reunião da Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico em maio", disse o ministro das Finanças, Taro Aso, em um evento recente em Nova York. O ministro australiano do Comércio, Steven Ciobo, visitou o Japão há uma semana para discutir um TPP revivido.
Um dos primeiros atos de Donald Trump como presidente dos EUA foi retirar-se do acordo de TPP não ratificado, lembra o noticiário. Sem os EUA, o Japão será a maior economia restante. Os outros 10 membros são Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã.
A Austrália estava disposta a seguir adiante, mas o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe disse que a TPP era "sem sentido" sem os EUA, refletindo a perda de um grande mercado para os produtos industriais do Japão, descreve o FT. No entanto, vários fatores fizeram com que Tóquio repensasse.
"Não podemos esperar revitalização econômica sem acordos de livre comércio", diz Kawasaki.
China e Japão competem pelo controle do acordo comercial da Ásia, explica o Financial Times. Os gigantes regionais lutam para formar o enorme pacto do RCEP após o fim do TPP. Existe também um aspecto geopolítico: o TPP consolidará as relações do Japão com importantes parceiros regionais, como Austrália e Vietnã. Além disso, manterá vivas as duras regras da TPP em áreas como propriedade intelectual e compras governamentais, criando pressão para padrões mais elevados no acordo RCEP, que abrange um conjunto diferente de países asiáticos, incluindo Japão, China, Indonésia e Filipinas.
A viabilidade da TPP sem os EUA permanece incerta, conclui o Financial Times.