Em nova operação, Operação Rios Voadores, a Receita Federal combate organização criminosa especializada em grilagem de terras públicas, crimes ambientais e lavagem de dinheiro.
Nesta quinta-feira (30/6), a Receita Federal deflagrou a operação, em ação integrada com o Ministério Público Federal, o IBAMA e a Polícia Federal. A organização criminosa agia grilando terras públicas no interior e entorno da Terra Indígena Menkragnoti, situada no município de Altamira e região, promovendo o desmatamento e queimadas para formação de pastos. Os criminosos utilizavam “laranjas” para o registro em Cadastros Ambientais Rurais (CAR) na tentativa de iniciar o processo de regularização fundiária e de maneira a permitir que eles assumissem o dano ambiental junto aos órgãos de fiscalização. Posteriormente a área degradada era loteada e revendida/arrendada para agropecuaristas.
O dano ambiental, já comprovado por perícias, ultrapassa R$ 160 milhões. O prejuízo aos cofres públicos, pelo não recolhimento dos tributos devidos, pode chegar a R$ 50 milhões, segundo cálculos efetuados pela Receita Federal.
Foram expedidos pela Subseção Judiciária de Altamira/PA 18 mandados de busca e apreensão, 24 mandados de prisão preventiva e 9 mandados de condução coercitiva. Participaram da operação 15 integrantes da Receita Federal, 95 da Polícia Federal e 30 do IBAMA.
O nome da operação se dá a uma alusão ao fenômeno caracterizado como “cursos de água atmosféricos” formados por massas de ar carregadas de vapor de água, muitas vezes acompanhados por nuvens, que são propelidos pelos ventos. Essas correntes de ar invisíveis carregam umidade da Bacia Amazônica para o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Este fenômeno vem perdendo força ano após ano por causa da devastação da Floresta Amazônica.