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Temer critica agressões e anuncia novas medidas econômicas

Presidente interino ainda negou estar promovendo um golpe

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O presidente interino Michel Temer anunciou nesta terça-feira, dia 24, as primeiras medidas econômicas do novo governo e aproveitou a oportunidade para defender a aprovação no Congresso de normas para tentar controlar a dívida pública, negou a hipótese de golpe levantada pela oposição e disse estar sofrendo "agressões psicológicas". Segundo ele, a criação da meta "é o primeiro teste" de seu governo, "para revelar aos brasileiros que nós estamos trabalhando, estamos exercendo regularmente as nossas funções.

    Se não fosse o clima ainda existente no país, não seria de uma gravidade absoluta a eventual transferência da votação para outro dia, mas as coisas estão postas de uma maneira que todos querem testas as instituições nacionais. Lamento dizer que muitos disseram que vão tentar tumultuar a votação".

    Está marcada para 11h a sessão do Congresso na qual será votada a nova meta fiscal. Dados oficiais falam em déficit de R $ 170 bilhões para o ano.

    Temer ainda defendeu que a oposição é sempre construtiva e que nas democracias existe para ajudar a governar. "A interinidade na Presidência não significa que o país deva parar. O vice-presidente é consequência da Constituição". "Aqueles que quiserem esbravejar que o façam, mas pelas vias legais", acrescentou.

    "Temos sido vítimas de agressões. Sei como funciona isso.

    Agressão psicológica. Temos que cuidar do país", apontou durante a reunião no Palácio do Planalto.

    O mandatário interino ainda disse acreditar que Deus o colocou nesta posição para ajudar a tirar o país da crise, antes de anunciar as novas mudanças econômicas. "Enquanto houver pobreza no país, precisamos deixar nossos olhos voltados para essa categoria", acrescentou.

    Confira novas medidas anunciadas: Reforma da Previdência Social - Não será realizada uma reforma sem "concordância da sociedade", por isso o governo se aproximou das centrais sindicais. "Quando chegarmos a um acordo, poderemos apresentar [uma reforma] ao país, com aprovação da maioria".

    "Estamos trabalhando agudamente neste tema junto a especialistas", apontou.

    Pagamento do BNDES da sua dívida junto ao Tesouro Nacional - Temer anunciou a devolução ou pagamento do BNDES ao Tesouro Nacional de 100 bilhões de reais. "Uma medida fundamental e importante para o país. Acho que o país espera mudanças desta natureza".

    "Um tema que ainda comporta uma avaliação jurídica, a última coisa que queremos fazer é um ato injurídico", apontou. Emenda na Constituição que propõe a limitação do Gasto Público - "As despesas do setor público se colocaram em uma trajetória insustentável", declarou. "Propomos um limite para o crescimento da despesa equivalente ao ano anterior. Parece ser a melhor forma de conciliar os gastos".

    Extinção do Fundo Soberano do Pré-sal - "O valor é de 2 milhões de reais, vamos extinguir esse fundo e trazer esses 2 milhões para cobrir o endividamento público. Isso dependerá apenas do Poder Executivo".

    Priorizar projetos como governança dos fundos de pensão e das estatais e participação da Petrobras nos investimentos do Pré-sal- "Teremos a meritocracia funcionando", comentou. Segundo Temer, a Petrobras é quase um empreendimento privado e precisa se pautar por seus próprios interesses, defendendo a descentralização da empresa. Não elevação de subsídios - Nenhum ministério poderá propor projetos de aumento de subsídios, apenas no caso de compensação de alguma atividade. A intenção é de gerar uma renda de 2 bilhões de reais ao ano. "São medidas iniciais, outras tantas virão à luz", concluiu o mandatário interino ao fim dos anúncios. "O objetivo central é retomar o crescimento econômico do país, reduzir o desemprego e alavancar quem está nas camadas mais baixas". (ANSA)