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Die Zeit: 'Vem aí uma nova crise bancária?'

Ações de institutos financeiros entram em colapso, e o medo de uma nova crise cresce

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Após a queda violenta das ações bancárias por todo o mundo na semana passada, as instituições financeiras se esforçam para recuperar a confiança dos investidores. 

Como destaca o jornal alemão 'Die Zeit', o presidente do banco americano JPMorgan, Jamie Dimon, chegou a fazer uso de US$ 26 milhões de suas reservas privadas para comprar ações de seu próprio banco. Na Alemanha, o co-chefe do Deutsche Bank anunciou que a instituição compraria de volta seus próprios empréstimos no valor de US$ 5,4 bilhões. 

Assim, apesar das recuperações registradas pelo sistema financeiro no fim da semana e nesta segunda-feira (15), não se pode dizer, de forma alguma, que o pior já passou, aponta 'Die Zeit'. 

Os bancos comerciais estão perdendo receita. Eles precisam pagar juros de penalização quando depositam seu dinheiro nos bancos centrais. Esses juros negativos representam perdas que na atual situação do mercado não podem ser transmitidas a seus clientes, dos quais juros tão altos não podem ser cobrados por empréstimo. 

Tudo está ligado à política monetária restritiva dos bancos centrais, que pressionam os juros para incentivar a inflação e tornar a própria moeda mais barata. Os bancos emissores visam assim obrigar os bancos comerciais a direcionarem seu dinheiro a áreas mais proveitosas da economia. Por proveitosas entende-se: mais risco.  

É um dilema, aponta o periódico alemão. Por um lado, muito foi feito para que os bancos se estabilizassem após a crise financeira de 2008. Por outro, agora incentiva-se que riscos cada vez maiores sejam assumidos, em um contexto de instabilidade econômica mundial. A insegurança faz então com que investidores se desfaçam de suas ações bancárias em ritmo alarmante. Será que a compra dos próprios empréstimos pelos bancos realmente será  o suficiente para reverter uma tendência tão negativa?