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Revista britânica "The Week" lista três razões para drástica queda do barril de petróleo 

Crises no Oriente Médio geralmente impulsionam os preços, mas não desta vez 

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A revista semanal britânica "The Week" aponta três motivos determinantes para a queda expressiva do preço dos barris de petróleo que ocorre nesta quarta-feira (6). Desde julho de 2004 a cotação não ficava abaixo de US$ 35. 

1 - Tensões entre Arábia Saudita e Irã, dois dos maiores produtores de petróleo do mundo

Em um mercado que sofre com o excesso de oferta, as atenções estão depositadas sobre os treze países que compõem o cartel da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), responsáveis pela maior parte da produção mundial. A Arábia Saudita e o Irã são, respectivamente, o primeiro e terceiro maiores exportadores de petróleo no planeta. O cisma diplomático entre os países diminui as esperanças do mercado de que ambos adotarão estratégias coerentes neste momento.

Quando conflitos emergem na região, geralmente o preço do barril aumenta, pois os investidores temem que a produção seja afetada. Já em cenários de guerra, a demanda se fortalece. As tensões entre Arábia Saudita e Irã, contudo, evocam insegurança acima de tudo, justamente pela importância fundamental dos países na produção e exportação do petróleo mundial. 

2 - O excesso de oferta continua 

O maior problema no mercado continua sendo uma oferta excessiva do petróleo. No momento, a produção excede a demanda em dois milhões de barris por dia, quadro que promete piorar em um futuro próximo, já que o próprio Irã deverá acrescer centenas de milhares de barris ao mercado quando as sanções contra Teerã forem levantadas. 

3 - Preocupações em torno da desaceleração da economia chinesa

Os dados da economia chinesa seguem desapontando o mercado internacional. No início da semana, um levantamento feito por empresários apontou que as atividades produtivas no país encolheram em dezembro pelo décimo mês consecutivo. O setor de Serviços também enfrenta problemas.

A China é o segundo maior consumidor de petróleo no mundo, o que gera constantes preocupações quanto à demanda no país, que deve permanecer alta para responder a uma oferta persistentemente elevada. 

A isso tudo, pode-se acrescentar o inverno atípico no Hemisfério Norte em 2016, consideravelmente mais quente que o normal devido ao fenômeno do El Niño. O resultado é uma procura menor por energia para aquecimento.