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'El País': Por que os economistas erraram na previsão da economia brasileira em 2015?

Visto lá de janeiro, o ano parecia passar longe de um cenário tão recessivo como o atual

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Matéria publicada nesta quarta-feira (30) no El País comenta que a economia brasileira deve fechar 2015 com um crescimento de 0,55% e uma inflação de 6,6%, bem próxima ao teto da meta. Já o dólar terminará o ano sem ultrapassar a barreira dos três reais. Não, você não leu errado. Essas eram as estimativas de dezenas de instituições financeiras levantadas pelo Banco Central e divulgadas no primeiro boletim do tipo, o semanal Focus, de 2015, com as previsões para o ano. Pena que faltou combinar a expectativa com a realidade. 

Visto lá de janeiro, o ano de 2015 parecia passar longe de um cenário tão recessivo como o de hoje, porém a poucos dias do fim do ano já é mais fácil acertar a pontaria. Tanto o Banco Central como os analistas de mercado coincidem que o tombo da economia brasileira será grande: um recuo do PIB de, no mínimo, 3,6% e a uma inflação encerrando 2015 acima dos 10%.

Segundo a reportagem, a bola de cristal dos economistas do mercado financeiro, no entanto, costuma mesmo falhar. Nos últimos cinco anos, as previsões colhidas com um ano de antecedência se revelaram bastante mais otimistas do que o resultado real. Com exceção do ano 2010, todas as estimativas do crescimento do país foram superestimadas. Em 2012, por exemplo, os economistas falavam em um avanço de 3,3% da atividade econômica, mas ele acabou sendo bem menor: um pífio crescimento de 0,9%, que revelou uma diferença de 2,4 pontos percentuais entre a expectativa e a realidade. O mesmo aconteceu nas projeções do câmbio. Acertar a pontaria do valor do dólar foi difícil. Em 2013, por exemplo, a estimativa era de que a moeda norte-americana fechasse cotada a 2,08 reais, mas ela foi a 2,34.