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Dólar supera R$ 3,90, mas ameniza perdas perto do fechamento

Moeda terminou cotada a R$ 3,8865 e Ibovespa caiu 1,64%, a  45.120 pontos

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O dólar disparou nesta segunda-feira (30) e voltou a ultrapassar a marca de R$ 3,90, pressionado pelo quadro de tensões políticas, mas fechou o dia cotado a R$ 3,8865 na venda, alta de 1,65%. Na máxima, a moeda atingiu R$ 3,9237, maior nível intradia desde 29 de outubro.

A prisão do ex-presidente do BTG Pactual continuou no protagonismo das incertezas que rondam o Brasil e estimulam um movimento de aversão ao risco. Neste fim de semana, André Esteves reunciou a todos os seus cargos no grupo após o Supremo Tribunal Federal (STF) mantê-lo preso por tempo indeterminado, em decorrência das investigações da Operação Lava Jato. As ações do banco caem mais de 10% e já perderam um terço de seu valor de mercado. 

Com medo de que mais denúncias possam surgir, envolvendo importantes nomes da economia do país, a volatilidade tomou conta do mercado de câmbio do Brasil. O resultado é a escalada do dólar, com investidores se refugiando na segurança da moeda norte-americana, que em novembro subiu 0,61%. No ano, alta é ainda mais expressiva: 46,18%. 

Novas denúncias contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ajudaram a agravar o quadro político desta segunda, além da cautela que precede a votação da meta de resultado primário de 2015, marcada para esta terça-feira (1) no Congresso Nacional. Por fim, a prisão do ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), continuou tendo certo peso nas negociações. 

Nesta tarde, o Banco Central realizou um leilão de venda de até US$ 2,75 bilhões com compromisso de recompra, com fim de rolar as linhas com vencimento em dezembro. Além disso, a autoridade monetária dará início, nesta terça, à rolagem de swaps cambiais que vencem em janeiro.

Ibovespa fecha em queda, puxado por perdas da Vale

O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) também sofreu os impactos das incertezas políticas no país. No fechamento, ele caía 1,64%, a 45.120 pontos. 

O governo bloqueou mais de R$ 10 bilhões perto do fim do prazo para alterar a meta de superávit fiscal de 2015. A medida coincidiu com uma visita de representantes da Standard & Poor's ao Brasil, o que eleva as preocupações de analistas sobre um novo rebaixamento do rating soberano do país. 

Voltando ao noticiário de Brasília, Cunha disse que não irá decidir sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff hoje, devido a vazamentos de delações premiadas da Operação Lava Jato afirmando que ele recebeu dinheiro do BTG Pactual para alterar uma emenda de Medida Provisória. Também vale pontuar que, neste domingo (29), uma pesquisa do Datafolha mostrou que a reprovação do governo Dilma recuou para 67%.  

No campo dos indicadores, o resultado consolidado do setor público de outubro, registrando um déficit primário de R$ 11,5 bilhões. O Relatório Focus também teve certa influência nos negócios de hoje, com a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 oscilando de uma retração de 3,15% para 3,19%. Os economistas consultados também projetaram que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avance 10,38% neste ano. 

A Vale assumiu o destaque das ações do Ibovespa, com seus papeis ordinários (VALE3) caindo 0,98%, a R$ 13,17, enquanto os preferenciais (VALE5) tinham queda de 4,06%, a R$ 10,63. Por outro lado, as ações da Petrobras (PETR3, R$ 9,41, +0,86%; PETR4, R$ 7,67, +0,92%) tiveram desempenho bastante volátil, mas fecharam a sessão em alta. No noticiário interno da companhia, foi confirmada nesta segunda a renúncia de Murilo Ferreira, presidente da Vale, à presidência do conselho de administração da estatal. 

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