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Petróleo fecha negociado em forte queda

Perspectiva de aumento da produção iraniana acentuou quadro de oferta excessiva

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Tanto o Brent, em Londres, quanto o WTI, em Nova Iorque, fecharam com fortes desvalorizações nesta sexta-feira (18). No encerramento, o barril de WTI era negociado a US$ 44,68, queda de US$ 2,22 ou 4,7%. O Brent, referência global, fechou a US$ 47,47, queda de US$ 1,61 ou 3,3%.

Indícios de excesso de produção e preocupações com a economia chinesa continuam a depreciar a commodity. “Quando o Fed decidiu não elevar a taxa de juros, ele colocou como um dos motivos a queda dos países emergentes. A situação desses países é agravada ainda pela desaceleração na China", afirma André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.

O preço da commodity também pode ser afetado pelo impacto do reingresso da produção iraniana no mercado mundial, avalia o economista, que projeta que os preços continuem nesse patamar. "Os países emergentes já estão sofrendo bastante com o rebaixamento das notas pelas agências. Por agora, isso deve continuar sendo refletido nos preços".

O governo em Teerã espera aumentar, nos próximos dois meses, em 500 mil barris por dia a produção. O aumento daqui a sete meses deve chegar a um milhão de barris por dia.

Na quarta-feira (16), o diretor de assuntos internacionais na Companhia Nacional Iraniana de Petróleo, Mohsen Qamsari, afirmou: "Tentaremos maximizar nossa capacidade de exportação de petróleo".

O diretor também disse que o país, que tem uma das maiores reservas do mundo de petróleo e de gás, deve manter o arranjo das exportações, vendendo 60% de seu petróleo para a Ásia. Antes das sanções, Índia, Japão, Coréia do Sul, China e Indonésia estavam entre os importadores de petróleo iraniano.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), da qual o Irã é membro, já descartou uma retração na produção de petróleo, preferindo defender sua participação no mercado a conseguir preços mais altos.

Antes das sanções, impostas para impedir o avanço do programa nuclear do país, o Irã chegava a exportar quase três milhões de barris por dia. Com as limitações, as exportações diminuíram para um milhão de barris por dia nos últimos dois anos.

O governo do país afirmou que em dezembro vai revelar detalhes dos contratos de venda de petróleo, numa conferência em Londres.

Na terça-feira (14), o Irã chegou a acordo histórico em Viena. Ao concordar em limitar seu desenvolvimento nuclear por mais de uma década, foram removidas as sanções financeiras e comerciais contra o país. Participaram do acordo os EUA, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Rússia e China.

Decisão do Fed não foi suficiente para impulsionar preços

Ontem (17), após o banco central americano (Fed) decidir que não aumentaria a taxa básica de juros, o preço do petróleo registrou altas, mas passou a perder força e fechou em baixa.

A decisão de manter os juros enfraqueceu a procura internacional pelo dólar, favorecendo a compra de commodities, realizada com a moeda americana. Contudo, a própria decisão do Federal Reserve indica preocupações com uma possível desaceleração da economia global, o que limitaria a demanda pela commodity.