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Dólar chega a R$ 3,95 e Bovespa afunda 2,65%, puxada por Petrobras e bancos

Anúncio do Fed trouxe temores sobre a economia global; dólar turismo bateu R$ 4,40

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No pregão desta sexta-feira (18), o mercado internacional teve fortes reações à decisão do Federal Reserve de manter os juros norte-americanos no patamar de 0,25%, ao mesmo tempo em que deixou aberta a possibilidade de uma elevação da taxa ainda em outubro. No Brasil, os receios em relação ao crescimento da economia global fizeram o Ibovespa afundar 2,65%, aos 47.264 pontos. Em contrapartida, o dólar disparou frente ao real, chegando a bater R$ 3,95 (+1,95%) e, mais uma vez, renovando suas máximas desde 2002. 

No cenário doméstico, a Receita Federal divulgou uma arrecadação em agosto que frustrou as expectativas do mercado. Montante foi de R$ 93,7 bilhões, o que significa uma retração de 9,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Adicionalmente, tensões políticas em relação ao ajuste fiscal proposto pela equipe econômica da presidente Dilma Rousseff aumentaram os rumores de que a Fitch possa revisar, a qualquer momento, o rating soberano do Brasil. Hoje, sindicatos protestam contra as medidas anunciadas pelo governo. 

>>> Arrecadação federal cai 9,3%, para R$ 93,7 bilhões, em agosto

No radar internacional o grande peso está na decisão anunciada pelo Fed ontem (17) sobre a manutenção dos juros nos Estados Unidos. Apesar da taxa continuar no mesmo patamar, a presidente da entidade, Janet Yellen, não descartou uma eventual elevação em outubro. Ela também mostrou preocupações em relação ao desempenho da economia chinesa, o que alertou investidores e diminuiu seu apetite por risco. 

Com isso, o dólar subiu 1,95%, encerrando a sessão cotado a R$ 3,9582, maior nível desde outubro de 2002. Nas casas de câmbio, o dólar turismo chegou a R$ 4,40 nesta sexta. Na última quarta-feira (16), o JB publicou previsões de um conceituado economista que antecipava que a moeda norte-americana chegaria a R$ 4 ainda em 2015.

>>> Para conferir o artigo na íntegra, clique aqui

Em Wall Street, o índice Dow Jones teve retração de 1,74%, aos 16.385 pontos, e o S&P caiu 1,62%, a 1.958 pontos. No Brasil, o Ibovespa afundou 2,65%, aos 47.264 pontos. Queda foi puxada pela Petrobras (PETR3, R$ 8,91, -3,99%; PETR4, R$ 7,60, -3,31%), que acompanhou o dia de novas desvalorizações no barril do petróleo. A companhia ainda enfrenta preocupações com seus petroleiros, que pleiteiam aumentos salariais. Ontem à noite, a estatal enviou à categoria uma proposta de reajuste. 

As ações de instituições financeiras também estiveram entre os piores desempenhos desta sexta, com Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 27,85, -3,93%), Bradesco (BBDC3, R$ 25,63, -4,58%; BBDC4, R$ 23,33, -5,43%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 16,83, -5,61%) fechando em terreno negativo. Juntas, as três empresas respondem por mais de 20% da carteira teórica do principal índice brasileiro.    

Na outra ponta, a siderúrgica Vale encerrou o pregão em alta. Suas ações ordinárias (VALE3) subiram 2,15%, cotadas a R$ 19,91, enquanto as preferenciais (VALE5) tiveram valorização de 1,02%, a R$ 15,79. 

Bolsas europeias caem por incertezas na economia global

O mercado europeu reverteu sua sequência de altas e encerrou o pregão desta sexta em fortes baixas, também sob a influência da decisão do Fed. 

No fechamento das bolsas europeias, o FTSEurofirst 300 caiu 1,9%, a 1.397 pontos, enquanto o Euro Stoxx 50 teve retração de 3,03%, chegando a 3.157 pontos, sua pior queda desde 24 de agosto.

Em Londres, o índice Financial Times desceu 1,34%, a 6.104 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 3,06%, a 9.916 pontos. Em Paris, o CAC-40 teve desvalorização de 2,56%, a 4.535 pontos. Em Milão, o índice FTSE/MIB perdeu 2,65%, a 21.514 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 desvalorizou-se 2,57%, a 9.847 pontos. Em Lisboa, o índice PSI20 teve retração de 0,71%, a 5.075 pontos.

Bolsas da China fecham em alta de 0,38%

As bolsas da China foram contra a tendência internacional e fecharam em leve alta nesta sexta. O índice Xangai composto avançou 0,38%, aos 3.097,92 pontos, enquanto SZSE Component ganhou 1,14%.

Tóquio fechou em baixa, o Nikkei 225 caiu 1,96%, aos 18.070,21 pontos, mas outros mercados asiáticos acompanharam as altas da China: em Hong Kong, o Hang Seng subiu 0,30%, aos 21.920,83 pontos; em Seul, o Kospi teve alta de 0,98%, aos 1.995,95 pontos; em Cingapura, o Straits Times avançou 0,26%, aos 2.903,23 pontos; em Taiwan, o Taiwan Weighted subiu 0,20%, aos 8.462,14 pontos.

No encerramento em Sydney, o índice S&P/ASX 200 avançou 0,46%.