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Produção industrial na China cresce abaixo do esperado

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O índice de produção industrial chinês, divulgado na madrugada deste domingo (13), registrou crescimento de 6,1%, abaixo do esperado.

O número provoca mais suspeitas de enfraquecimento da economia do país. A média das previsões, feitas por 12 economistas entrevistados pelo jornal americano The Wall Street Journal, era de 6,6%.

O índice, que é reportado pelo Escritório Nacional de Estatísticas da China, é divulgado mensalmente e mede, em relação ao mesmo mês do ano anterior, a variação no valor total (ajustado pela inflação) de saída produzida por fabricantes, minas e serviços públicos.

Acontecimentos como a desvalorização intencional do yuan, em agosto, e índices ruins, como o de manufatura, vêm fazendo o mercado global ter dúvidas sobre a saúde da segunda maior economia do mundo.

Na última divulgação do índice, em 12 de agosto, foi registrada uma variação positiva de 6%. 

Nesta última semana, dados fracos chamaram mais a atenção para a turbulência econômica da China. Na terça-feira (8), a balança comercial registrou uma demanda menor pelos produtos do país, além de compras abaixo do esperado. As exportações caíram 5,5% em agosto, na comparação com 2014, 0,3% acima da previsão dos analistas. Já dados sobre as importações tiveram queda de 13,8% no ano, quase o dobro da taxa estimada.

>> China divulga mais um importante índice econômico

Economia chinesa passa por mudança estrutural

"Há uma mudança no padrão de crescimento da China, que era baseado em exportações e investimentos de infra-estrutura. As exportações ficaram limitadas após a crise de 2008, já que o ritmo das economias diminuiu no mundo", afirma a professora do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da UFRJ, Margarida Gutierrez. "O que se busca agora é um PIB baseado no consumo, relacionado à migração da população para os centros urbanos. Dez anos atrás, mais da metade da população era rural. Hoje este cenário mudou", explica.

O problema desta transição, segundo Gutierrez, é "que os chineses consomem pouco, não tem previdência nem seguridade social". Ela também lembra das vulnerabilidades no mercado financeiro do país. "Entre março e julho, houve crescimento de 300%. Esta bolha estourou".

A média das taxas de produção industrial chinesas, entre 1990 e 2015, é de 12,84%. O maior valor registrado foi 29,4%, em agosto de 1994. O índice, que é reportado pelo Escritório Nacional de Estatísticas da China, é divulgado mensalmente e mede, em relação ao mesmo mês do ano anterior, a variação no valor total (ajustado pela inflação) de saída produzida por fabricantes, minas e serviços públicos.