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Petrobras despenca mais de 4% e puxa queda do Ibovespa após perda de rating

Dólar fecha em alta de 0,69%; no ano, valorização já chega a 45%

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As ações da Petrobras despencaram mais de 4% nesta sexta-feira (11), chegando a seu menor nível desde janeiro de 2003 após, na véspera, a companhia ter perdido seu grau de investimento, segundo avaliação da Standard & Poor's. Queda acentuada puxou o Ibovespa, que encerrou o pregão em baixa de 0,22%, aos 46.400 pontos. 

A nota da estatal foi rebaixada de "BBB-" para "BB", um degrau abaixo do rating soberano do Brasil, que também entrou em terreno especulativo na tarde da última quinta (10). No fechamento da sessão de hoje, as ações ordinárias (PETR3) Petrobras caíam 4,83%, a R$ 8,86. As preferenciais (PETR4), por sua vez, tinham retração de 4,02%, cotadas a R$ 7,65. 

A Vale também amargou perdas, ainda que seu rating não tenha sido alterado pela S&P. Na noite de ontem, a agência internacional de classificação de risco cortou as notas de 31 empresas e 13 bancos brasileiros. No encerramento do pregão, os papeis ordinários da siderúrgica (VALE3) desciam 2,46%, a R$ 19,45, enquanto os preferenciais (VALE5) caíam 2,06%, cotadas a R$ 15,67.

Ainda no cenário interno, influenciou o humor dos investidores a espera pelo anúncio, por parte do governo, de medidas concretas em resposta ao downgrade. O senador Delcídio Amaral (PT-MS) havia prometido que cortes no Orçamento e o início da reforma ministerial seriam divulgados ainda nesta sexta, mas nada foi dito, o que pode ter frustrado o mercado. Segundo analistas, a entrevista coletiva do ministro da Fazenda Joaquim Levy ontem, logo após a S&P anunciar o corte, também teve impactos negativos na visão do mercado. 

No exterior, o dia foi de expectativa quanto a novos dados vindos da China e pela reunião do Federal Reserve, dos Estados Unidos, na próxima semana. Encontro definirá possíveis aumentos na taxa de juros norte-americana. Em Wall Street, os índices tiveram pregão positivo. O Dow Jones Industrial avançou 0,63%, para 16.433,09 pontos, enquanto o S&P 500 subiu 0,45%, aos 1.961,05 pontos. Os ganhos semanais foram 2% e 2,1%, respectivamente. Por fim, o Nasdaq Composite fechou a sessão com valorização de 0,54%, chegando a 4.822,34 pontos. Na semana, o índice subiu 3%. 

A moeda americana também voltou a subir, renovando seu valor máximo desde 2002 e atingindo uma valorização de 45% apenas em 2015. No pregão desta sexta, o dólar sofreu pequenas oscilações e fechou em alta de 0,69%, cotado a R$ 3,8771, após aproximar-se da barreira dos R$ 3,90. 

Bolsas europeias fecham a sexta no vermelho, cautelosas com reunião do Fed

As bolsas da Europa também fecharam o pregão em baixa, recuando pelo segundo dia consecutivo, com investidores cautelosos em relação à reunião do Fed na próxima semana. A possibilidade da entidade elevar a taxa de juros norte-americana também pautou o movimento do mercado europeu.

O Stoxx 600 teve desvalorização de 0,95%, aos 355,94 pontos, com o setor das telecomunicações impulsionando as quedas após duas companhias escandinavas (Telenor e TeliaSonera) desistirem de combinar suas operações na Dinamarca. Mesmo com o fraco desempenho dos últimos dias, entretanto, o índice que reúne as 600 principais ações europeias conseguiu se manter em terreno positivo no acumulado da semana, avançando 0,80%.

No fechamento da sessão, em Londres, o FTSE-100 caiu 0,62%, aos 6.117,76 pontos. No acumulado da semana, o índice subiu 1,24%. A queda de hoje foi impulsionada por novas desvalorizações no preço do petróleo, com ações da BP caindo 0,54%. A telefonia também sofreu impactos na capital britânica e a operadora Vodafone desceu 1,39%. 

Em Frankfurt, o DAX caiu 0,85%, para 10.123,56 pontos. Nos cinco últimos pregões, houve valorização de 0,85%. Em Paris, o CAC-40 teve retração de 1,04%, aos 4.548,72 pontos. Na semana, o índice ganhou 0,57%.

Em Milão, o FTSE-MIB recuou 0,63%, para 21.762,63 pontos. Valorização semanal do índice chegou a 1,35%. Em Madri, o Ibex-35 caiu 1,23%, aos 9.737,90 pontos. Na semana, resultado também foi negativo e o índice perdeu 0,85%. Em Lisboa, o PSI-20 caiu 0,69%, para 5.021,95 pontos. Na semana, recuou 0,70%. Trata-se da oitava desvalorização semanal da bolsa portuguesa, série mais longa em sete anos.     

Bolsa de Xangai sobe 0,07%, mas restante do mercado asiático se desvaloriza

A bolsa de Xangai fechou o pregão de hoje em leve alta de 0,07%, aos 3.200,23 pontos, enquanto o índice SZSE Component avançou 0,37%.

Já em Tóquio, o Nikkei 225 teve queda de 0,19%, aos 18.264,22; em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 0,27%, aos 21.504,37 pontos; em Seul, o Kospi recuou 1,06%, aos 1.941,37 pontos; em Taiwan, o Taiwan Weighted fechou em alta de 0,45%, aos 8.305,82 pontos.

No encerramento em Sydney, o índice S&P/ASX 200 perdeu 0,47%.