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Ibovespa cai 1,83%, acompanhando mercado internacional

Motivos são dados dos EUA e temores em relação à Operação Zelotes; dólar sobe mais uma vez

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Acompanhando as tendências do mercado internacional, que despencou com notícias de queda do desemprego dos Estados Unidos, o Ibovespa fechou o pregão desta sexta-feira (4) em queda de 1,83%, aos 46.497 pontos. Para analistas, notícia aumenta as chances de que o Fed aumente os juros norte-americanos ainda em setembro. Também influenciou negativamente a atividade dos investidores a possibilidade de que importantes empresários brasileiros sejam presos em consequência da Operação Zelotes.

No contexto do momento econômico pelo qual passa o país, essa operação investiga a prática de suborno para anulação de débitos fiscais junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Dentre as empresas citadas na investigação estão gigantes como Ford, Mitsubishi, Santander, Safra, Bank Boston, Camargo Corrêa; grupo Gerdau, BR Foods e o grupo de comunicação RBS. O mercado tem reagido negativamente, preocupado com a possibilidade de que empresários possam ser presos em consequência das investigações.

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Internacionalmente, o Departamento de Trabalho dos EUA divulgou, na manhã de hoje, que a taxa de desemprego do país caiu para 5,1% em agosto, menor nível desde 2008. A notícia intensificou a probabilidade de que o Fed aumente a taxa de juros norte-americana ainda este mês, derrubando Wall Street. O Dow Jones caiu 1,66%, aos 16.102,38 pontos. Por sua vez, os índices S&P e Nasdaq se desvalorizaram 1,53% e 1,05%, respectivamente.

O dólar acompanhou as perdas no mercado internacional, em novo dia de valorização. A moeda encerrou a sessão em alta de 2,56%, a R$ 3,8562. No acumulado da semana, trata-se de uma valorização de 7,56% frente ao real. 

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Incerteza quanto à maior potência do mundo também trouxe aversão ao risco para a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que na semana sofreu desvalorização de 1,49%. O cenário doméstico é de instabilidade política, após afirmação do vice-presidente Michel Temer sobre dificuldade de Dilma Rousseff permanecer na presidência com uma popularidade tão baixa. O clima de indefinição acerca da permanência do ministro Joaquim Levy da Fazenda no cargo, por sua vez, foi acalmado por declarações de membros do governo. Os também ministros Aloizio Mercadante e Edinho Silva foram bastante enfáticos sobre a permanência de Levy na equipe econômica. 

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As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) caíram 3,32%, cotadas a R$ 9,90, enquanto as preferenciais (PETR4) tiveram perdas de 2,85%, finalizando a sessão a R$ 8,51. Os papeis da Vale também se desvalorizaram: as ações ordinárias (VALE3) caíram 2,62%, a R$ 18,24, e as preferenciais perderam 3,09%, a R$ 14,73. 

Bolsas europeias despencam após queda do desemprego nos EUA

As bolsas europeias fecharam o pregão desta sexta-feira em forte baixa, também influenciadas pela divulgação de dados sobre o desemprego nos EUA. Más notícias vindas da Alemanha também impactaram o mercado na manhã de hoje. O ministério da economia alemão informou que as encomendas à indústria do país caíram 1,4% entre junho e julho. Analistas estimavam recuo menor, de apenas 0,6%.

No encerramento, o índice pan-europeu Stoxx 600 caía 2,52%, aos 353,11 pontos. 

A maior perda foi em Milão, onde o índice FTSE-MIB perdeu 3,18%, aos 21.472,68 pontos. Na semana, queda foi de 2,37%. Em Londres, o FTSE 100 também se desvalorizou, 2,44%, para 6.042 pontos. Na semana, perdas foram de 3,3%. Com as preocupações a respeito da desaceleração econômica da China, as empresas ligadas à mineração foram as mais afetadas.

Em Paris, o índice CAC 40 encerrou o pregão em queda de 2,8%, aos 4.523,08 pontos. No acumulado da semana, desvalorização foi de 3,25%. Em Frankfurt, o DAX teve baixa de 2,7%, aos 10.038,04 pontos, e perdas da semana totalizaram 2,53%. 

Em Madri, o Ibex 35 caiu 2,20%, aos 9.821,80 pontos. Perda acumulada foi a mais acentuada dentre as bolsas europeias, de 5,13%. Por fim, em Lisboa, o PSI-20 baixou 2,10%, chegando a 5.057,37 pontos. Entre segunda e sexta, desvalorização somou 4,33%. 

Bolsas asiáticas fecham em baixa; Tóquio perde 2,15%

O mercado asiático também amargou perdas no pregão de hoje, embora as bolsas chinesas não tenham funcionado pelo segundo dia consecutivo, devido ao feriado para comemorar o 70º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial.

Em Tóquio, o Nikkei 225 teve forte queda de 2,15% aos 17.792,16 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 0,43% aos 20.843,92 pontos. Em Seul, o Kospi teve baixa de 1,54%, aos 1.886,04 pontos. Em Cingapura, o Straits Times recuou 1,31%, aos 2.868,24 pontos. Em Taiwan, o Taiwan Weighted registrou queda de 1,18%, aos 8.000,60 pontos. No Pacífico, em Sydney, o índice S&P/ASX 200 subiu 0,25%.