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Ibovespa acelera perdas após resultado negativo do PIB no 2º tri

Índice caiu 1,18%, aos 47.152 pontos; dólar tem alta de 0,91%

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A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) reverteu os resultados positivos da véspera, fechando o pregão desta sexta-feira (28) em queda de 1,18%, aos 47.152 pontos, influenciada pela divulgação de um Produto Interno Bruto (PIB) mais fraco no segundo trimestre de 2015. Nos primeiros seis meses do ano, retração acumulada da economia brasileira foi de 2,1%. 

>>> Economia brasileira cai 1,9% no segundo trimestre

Também esteve no radar dos investidores a incerteza quanto ao aumento de juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve. Durante o simpósio de Jackson Hole, em que membros do Fed se reúnem para discutir a política econômica do país, o vice-presidente da entidade, Stanley Fischer, disse que uma elevação da taxa ainda em setembro não foi descartada. O presidente do Banco Central brasileiro, Alexandre Tombini, foi aos EUA participar do encontro. 

Internamente, tiveram repercussão no mercado a possível volta da CPMF, que já enfrenta resistência de empresários e determinados setores políticos, e críticas do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, à atuação do ministro da Fazenda Joaquim Levy. 

O mau desempenho de hoje, entretanto, não impediu que a bolsa brasileira subisse na semana. No acumulado dos cinco dias, o Ibovespa teve alta de 3,14%, sua primeira alta semanal em três semanas. 

Destaque para as ações de bancos, que recuam após alta de aproximadamente 3% na véspera. Bradesco (BBDC3, R$ 27,00, +3,85%; BBDC4, R$ 24,67, +2,45%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 28,34 , +3,54%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 19,23, +3,55%) tiveram pregão bastante volátil. O setor financeiro responde por 22% de todas as ações, se levadas em consideração apenas os bancos, sem empresas de seguros e demais instituições.

A Vale também amargou perdas, mesmo com o preço do minério de ferro em alta nesta sexta-feira. Suas ações ordinárias (VALE3) tiveram queda de 2,15%, cotadas a R$ 17,31. As preferenciais (VALE5) caíram 0,07%, a R$ 13,71. As demais empresas do setor siderúrgico também fecharam o pregão em baixa, com quedas em CSN (CSNA3, R$ 3,36, - 2,61%), Gerdau (GGBR4, R$ 5,25, -2,78%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 3,11, -1,28%) e Usiminas (USIM5, R$ 2,97, -2,94%). A Petrobras esteve dentre poucas altas do dia, com suas ações ordinárias (PETR3) subindo 1,18%, cotadas a R$ 10,28, e as preferenciais (PETR4) avançando 1,24%, a R$ 9,00. 

Em Wall Street, o índice Dow Jones, que na "segunda-feira negra" desta semana mergulhou mil pontos na abertura, terminou o pregão com um recuo leve, de 0,1%, aos 16.642,94 pontos. Na semana, o indicador subiu 1,1%.

O S&P500, por sua vez, chegou a 1.988,85 no fechamento, totalizando um ganho semanal de 0,9%. Na Nasdaq, o Index Composite subiu 0,3%, para 4.828,32. Na análise semanal, ganhou 2,6%.

Na Europa, bolsas fecham semana sem direção única

As principais bolsas europeias fecharam o pregão sem direção única, refletindo a cautela que abateu os investidores após uma semana de grande volatilidade nos mercados globais. O Stoxx 600 teve alta diária de 0,28%, aos 363,28 pontos. Na semana, o índice pan-europeu subiu 0,55%. 

Na bolsa de Londres, o FTSE 100 avançou 0,90%, aos 6.247,94 pontos. Ganho acumulado da semana foi de 1%. Mesmo com as recentes altas, o índice fechou o mês de agosto em queda de 6,7%. Isso porque que hoje é o último dia útil de agosto no Reino Unido, uma vez que na segunda-feira (31) seus mercados estarão fechados pelo feriado bancário de verão.  

Em Frankfurt, o Dax teve retração de 0,17%, aos 10.298,53 pontos. A semana, por outro lado, foi de valorização de 1,72%. Em Paris, o índice CAC 40 subiu 0,36%, aos 4.675,13 pontos, em saldo positivo de 0,95% na semana. Em Madri, o Ibex apresentou alta de 0,61%, para 10.352,90 pontos, resultando em ganho de 0,79% na semana.

A semana começou com fortes quedas em todas as bolsas mundiais, mas os mercados de ações se recuperaram com o passar dos dias, muito em função dos posicionamentos do governo chinês de intervir e conter a volatilidade. A divulgação de resultados melhores do que o esperado no Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano do segundo trimestre também influenciaram a recuperação.

No radar do mercado para os próximos dias estão as ações do Federal Reserve. Investidores ficam à espera de qualquer indício acerca do aumento ou não da taxa básica de juros norte-americana na próxima reunião do Fed, em setembro. Hoje teve início a conferência anual de política monetária promovida pela entidade em Jackson Hole (Wyoming).  

Bolsa de Xangai fecha em forte alta de 4,82%

As bolsas da China fecharam em alta nesta sexta-feira O índice Xangai Composto subiu 4,82% aos 3.232,35 pontos e o SZSE Component avançou 5,32%. Essa é a segunda alta consecutiva da semana após a “segunda-feira negra” em que o mercado acionário chinês teve forte queda de 7,82%.

Segundo o jornal Securities Times, autoridades chinesas disseram que os fundos de pensão vão destinar até 2 trilhões de yuans (US$ 312 bilhões) para investimentos, inclusive em ações. A expectativas é de que os fundos de pensão passem a investir em ações no curto prazo.

O Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) injetou hoje 60 bilhões de yuans (US$ 9,4 bilhões) no sistema bancário, por meio de uma operação de liquidez de curto prazo. O PBoC informou que o crédito é de sete dias, com taxa de juro a 2,35%.

O BC chinês vem injetando recursos no setor bancário para compensar os efeitos de persistentes saídas de capital e manter níveis de liquidez.

A semana foi marcada por uma série de esforços por parte de Pequim para tentar estabilizar os mercados, que incluíram cortes de juros e compulsórios, injeções de capital no setor financeiro e outras medidas de incentivo.

Outras bolsas asiáticas também fecharam em alta. Em Tóquio, o Nikkei 225 avançou  3,03% aos 19.136,32; em Seul, o Kospi, subiu 1,56% aos 1.937,67pontos; em Taiwan, o Taiwan Weighted, teve alta de 2,49% aos 8.019,18 pontos; em Cingapura, o Straits Times avançou 1,05% aos 2.977,66 pontos. A única bolsa da Ásia que fechou em baixa foi a de Hong Kong: o Hang Seng , caiu 1,04% aos 21.612,39 pontos. No encerramento em Sydney, o índice S&P/ASX 200 subiu 0,58%.

Dólar fecha em leve alta de 0,91%

O dólar fechou a semana e alta de 0,91%, a R$ 3,5853 na venda. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 subiu 10 pontos-base (pb), para 13,95%, enquanto o DI para janeiro de 2021 caiu 1 pb, a 13,70%. O volume negociado no pregão foi de R$ 6,903 bilhões.

No fim do dia em Xangai, o yuan fechou em alta frente ao dólar, após Pequim ter orientado a moeda chinesa para cima por meio de sua taxa de referência diária.

O dólar estava em 6,3885 yuans no fechamento, com queda de 0,26% ante o pregão de 6,4053 yuans de ontem. Em meados de agosto, o Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) anunciou uma forte desvalorização do yuan e decidiu que a taxa de câmbio passaria a ser mais determinada pelas forças de mercado.

O PBoC estipulou a taxa de paridade de hoje em 6,3986 yuans por dólar, ante 6,4085 yuans/dólar na sessão anterior.