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'NewYork Times': China vacila, e a economia global é forçada a se adaptar

Com os temores econômicos sobre a China, corporações e países respondem a nova realidade

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O artigo de Keith Bradsher, "China vacila, e a economia global é forçada a se adaptar", no jornal The New York Times, aborda as consequências da crise da China para a economia global. Segundo o jornal, o rápido crescimento da China na última década remodelou a economia mundial, criando um poderoso motor de estratégias corporativas, mercados financeiros e decisões geopolíticas. China parecia ter uma trajetória de sentido único, momento em que iria fornecer uma fonte estável de lucros e de capital.

Mas o aprofundamento dos temores econômicos sobre a China, que culminou nesta semana com uma queda do mercado global, agora estão forçando uma ampla reavaliação da sabedoria convencional.

De acordo com o autor, a angústia tem sido particularmente aguda para o Brasil. Já o país vacilando, com as importações chinesas de minerais e soja mais fracos, sacudiu toda a América Latina.

Segundo o The New York Times, a fraqueza na China levou as autoridades no Federal Reserve dos Estados Unidos a pensar mais globalmente, pois consideram o aumento das taxas de juros. William C. Dudley, presidente do FED de Nova York na quarta-feira disse que um aumento da taxa de setembro parecia menos provável do que ele fez há algumas semanas.

"O mundo inteiro está se concentrando agora em China, observando o desdobramento dessas crises", Armando Monteiro Neto, ministro do Desenvolvimento e Comércio Exterior do Brasil, disse a jornalistas na terça-feira, em Brasília. "O Brasil já está sentindo os efeitos da desaceleração da China. Se a situação se agravar, o impacto vai ficar maior".

Keith Bradsher disse que a Vale, a gigante da mineração brasileira, está correndo para descarregar os ativos. Na Austrália, a Vale e sua parceira japonesa, a Sumitomo Corporation, vendeu uma mina de carvão em Julho por apenas US $ 1 milhão, após ter sido avaliado em mais de $ 600 milhões há três anos. Na Argentina, a Vale está tentando vender uma mina de potássio em que investiu mais de US $ 2 bilhões.

Com as receitas do Brasil em declínio acentuadamente este ano, o governo da presidente Dilma Rousseff está sob críticas sobre a dependência do país em China, que superou os Estados Unidos como principal parceiro comercial de topo em 2009. As exportações brasileiras para a China caíram 23,6%, para US$ 24.700 bilhões, no primeiros sete meses do ano, a partir do mesmo período em 2014.