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Bovespa reverte alta de quinta-feira e queda da semana chega a 3,60%

Dólar fecha em alta de 1,05%, cotado a R$ 3,49; mercado segue influenciado pela China

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A Bovespa fechou a semana em queda, revertendo leve alta de quinta-feira (20). No fim do pregão desta sexta-feira (21), seu principal índice, o Ibovespa, apresentava queda de 1,99%, aos 45.719 pontos. Na semana, a desvalorização foi de 3,60% e, no mês, já chega a 9,96%. Trata-se do pior resultado desde 17 de março de 2014.  

A bolsa brasileira acompanhou o cenário internacional, que se surpreendeu com os fracos resultados da indústria chinesa. O Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) do país chegou a 47,1 na leitura preliminar de agosto, frente aos 47,8 registrados em julho. Leituras abaixo de 50,0 demonstram contração.

O mau desempenho acarretou quedas nos preços das commodities, o que afetou empresas nacionais. A Petrobras apresentou as quedas mais significativas: suas ações ordinárias fecharam o dia em R$ 9,20, uma queda de 5,06%. A preferenciais, a R$ 8,30, retração de 4,93%. A mineradora Vale acompanhou a tendência de retração. Suas ações ordinárias caíram 2,74%, cotadas a R$ 16,70, enquanto as preferenciais tiveram queda de 2,61%, terminando o pregão a R$ 13,45.

Entre os bancos, pregão foi instável devido a incertezas quanto ao texto da senadora Gleisi Hoffmann, que prevê aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para 23%. Apenas o Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 26,62, +1,06%) teve resultados positivos. 

Outros fatores de incerteza política alimentaram as perdas da Bovespa, dentre eles a possibilidade do PMDB se desligar do governo, levando o vice-presidente Michel Temer a deixar a articulação política do Planalto. 

Europa e Estados Unidos acompanham sexta-feira de declínios

Na Europa, o índice FTSEurofirst 300 teve crescimento negativo de 3,4%, aos 1.427 pontos. Esse foi seu maior declínio desde janeiro deste ano. A bolsa europeia também marcou sua pior semana desde agosto de 2011, influenciada não apenas pelo cenário chinês, mas também pela situação grega. Após a renúncia de seu premiê, a Grécia convocou eleições antecipadas.

Em Londres, o índice Financial Times declinou 2,83%, aos 6.187 pontos. Em Frankfurt, o DAX caiu 2,95%, aos 10.124 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 caiu 3,19%, aos 4.630 pontos. Em Milão, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 2,83%, aos 21.746 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 registrou baixa de 2,98%, aos 10.271 pontos. Em Lisboa, o índice PSI20 desvalorizou-se 2,73%, a 5.288 pontos.

A situação nos Estados Unidos também não foi animadora. O índice Dow Jones registrou o nível mais baixo do ano em Wall Street. Queda foi de 3,11%, aos 16.462,69. O índice tecnológico Nasdaq teve perdas ainda mais significativas, de 3,52%, aos 4.706,04.

Bolsa de Xangai alcança nova mínima mensal, com queda de 4,21%

As bolsas da China também fecharam em forte queda nesta sexta-feira (21), dando continuidade ao pregão anterior. Não podia ser diferente, após a divulgação de dados do PMI. No encerramento em Xangai, o índice Shanghai Composite perdeu 4,21% alcançando um novo nível recorde mínimo de um mês, enquanto o Índice SZSE Component perdeu 5,42%. A Bolsa de Shenzhen, a segunda mais importante da China continental, fechou em baixa de 5,39% aos 2.039,40 pontos.

Os outros mercados asiáticos tiveram queda, influenciados pelo resultado negativo das bolsas chinesas. Em Hong Kong, o Hang Seng recuou 1,59% aos 22.396,18 pontos. Na bolsa de  Tóquio, o Nikkei 225, fechou em forte baixa de  2,98%% aos 19.435,83 pontos. Em Seul, o Kospi, teve queda de 2,01% aos 1.876,07; em Cingapura, o Straits Time fechou em baixa de 1,44% aos 2.966,53 pontos; em Taiwan, o  Taiwan Weighted fechou em baixa de 3,02% aos 7.786,92 pontos.

O mercado australiano, também influenciado pelos dados negativos da China, seu maior parceiro comercial, fechou em queda. No encerramento em Sydney, o índice S&P/ASX 200 caiu 1,40%, aos  5.214,60 pontos.

Dólar fecha em alta

O dólar fechou em alta de 1,05% nesta sexta-feira, cotado a R$ 3,49, após a atividade no setor industrial da China recuar no maior ritmo em seis anos. Na semana, o dólar subiu 0,37%. No mês, a valorização acumulada é de 2,08%. Já no ano, a moeda dos EUA tem alta de 31,49% frente ao real.

A desvalorização do yuan na semana passada e a queda acentuada das bolsas de valores vêm provocando temores sobre a economia da China, levando os mercados financeiros a derraparem. 

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 11 mil contratos de swap cambial tradicional, que equivalem a venda futura de dólares, para a rolagem do lote que vence no próximo mês. Ao todo, o BC já rolou US$ 7,033 bilhões, ou cerca de 70% do total de US$ 10,027 bilhões e, se continuar neste ritmo, vai recolocar o todo o lote.