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Para analista, este não é momento ideal para venda da BR Distribuidora

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Abrir o capital da BR Distribuidora neste momento pode fazer a Petrobras ter menor captação do que o esperado por conta do contexto vivido pelo mercado financeiro, diz analista, em opinião que se alinha com a do presidente do Conselho da Petrobras, Murilo Ferreira, que deu voto contrário à venda. 

Gesley Henrique Florentino, da Gradual Investimentos, destaca que por outro lado, vender 25% da empresa neste momento, como foi aprovado em reunião do Conselho de Administração da Petrobras, se faz necessário para colocar as contas da estatal em ordem. Ele projeta que a subsidiária deva valer entre R$ 25 e R$ 30 bilhões, o que corresponderia a uma captação pela Petrobras em torno de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões. 

"A aprovação, embora com voto contrário de Murilo [Ferreira, presidente do conselho], já era esperada. Em termos de bolsa, o momento não é o ideal. Normalmente, quando se vai fazer abertura de capital, utiliza-se variáveis do próprio mercado como diretrizes para definir o preço [de uma empresa], utilizando múltiplos de companhia diferentes", diz Gesley. 

Uma das companhias listadas como "distribuidora de combustíveis" na Bovespa, mesma área da subsidiária da Petrobras, é a Ultrapar (UGPA3). A empresa tem aproximadamente 542 milhões de ações ordinárias circulando no mercado, correspondentes a 97,5% do capital social da empresa. As ações da companhia encerraram o pregão desta terça-feira (18) cotadas a R$ 64,05, ou seja, a empresa tem um valor de mercado de aproximadamente R$ 35,5 bilhões. 

A venda de 25% da BR Distribuidora foi aprovada pelo Conselho da Petrobras, com voto contrário do seu presidente, Murilo Ferreira, e do conselheiro que representa os funcionários da Petrobras, Deyvid Bacelar, segundo ata de reunião publicada na noite de segunda-feira (17).

A reunião do conselho que aprovou o plano para abertura de capital e venda de ações da BR Distribuidora foi realizada no dia 6 de agosto.

De acordo com a ata, em seu voto contrário Murilo Ferreira alegou que decisões adicionais precisam ser tomadas, incluindo a contratação de profissionais com experiência em vendas no varejo e a aprovação de um plano de negócios para a BR Distribuidora, antes que qualquer venda possa ser formatada, como também defendem analistas.

Já Deyvid Bacelar afirmou que as condições de mercado não são propícias para uma venda e que a BR Distribuidora pode dar retornos melhores à Petrobras se o Conselho melhorar a governança ou buscar parcerias em vez de abrir o capital da empresa.

A estatal divulgou nota com informações complementares sobre a abertura de capital da Petrobras Distribuidora:

A Petrobras informa que, nos termos da Instrução CVM 480/09, publicou no sistema da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) certidão referente à reunião do Conselho de Administração,  realizada em 06 de agosto de 2015, que deliberou sobre os seguintes temas relativos à abertura de capital da Petrobras Distribuidora (BR):

(i) recomendação que a BR apresente à CVM o pedido de registro de companhia aberta, na categoria "A" e apresente à BM&FBOVESPA o pedido de autorização para negociação de valores mobiliários no segmento de Novo Mercado;

(ii) aprovação, na qualidade de ofertante, da apresentação perante a CVM, do pedido de registro de oferta pública de distribuição secundária de ações de emissão da BR, correspondentes a 25% de seu capital social, e requerimento de opção de distribuição de lote suplementar (Green Shoe) e lote adicional (Hot Issue), no contexto da oferta pública;

(iii) recomendação que a BR aprove, perante à CVM, o pedido de registro de oferta pública de distribuição secundária de ações de emissão da BR, correspondentes a 25% de seu capital social.

A presente comunicação não deve ser considerada como anúncio de oferta e a realização da mesma dependerá de condições favoráveis dos mercados de capitais nacional e internacional.

atos julgados relevantes sobre este tema serão tempestivamente comunicados ao mercado.