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Petrobras tem lucro 90% menor no segundo trimestre; valor foi de R$ 531 milhões

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A Petrobras apresentou um lucro líquido de R$ 531 milhões no segundo trimestre deste ano, de acordo com dados divulgados pela diretoria da estatal nesta quinta-feira (6). Resultado é 90% menor que o apresentado nos primeiros três meses de 2015. Em relação ao mesmo período do ano anterior, a queda é de 89,3%.

Segundo a Petrobras, o lucro menor reflete "as maiores despesas operacionais, compensadas parcialmente pelo maior lucro bruto", além do aumento da despesa financeira líquida, o reconhecimento de despesa tributária de IOF, bem como a maior despesa com imposto de renda e contribuição social devido ao provisionamento desses tributos sobre lucros auferidos no exterior no valor de R$ 1,097 bilhão.

O presidente da petroleira, Aldemir Bendine, explicou que três principais fatores podem ter impactado o lucro líquido da empresa em pelo menos R$ 5,8 bilhões. O pagamento de ações à Receita Federal e ajustes internos em função do plano de negócios somaram baixas de R$ 1,6 bilhões cada, além de mais outros R$ 2,6 bilhões previstos em mais três processos que correm no órgão fiscalizador. 

Por outro lado, o lucro operacional da Petrobras apresentou alta de 39% no primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano passado. O fator que mais contribuiu para este crescimento foi uma maior margem na comercialização de derivados, segundo a empresa. Bendine se disse satisfeito com o valor, que atingiu os R$ 22,8 bilhões. "O lucro operacional da empresa foi ótimo", disse, acrescentando que a diretoria está "fazendo tudo aquilo que se propôs a fazer". 

Especialistas consultados pelo Jornal do Brasil, já esperavam um resultado positivo, mas havia divergências em relação ao valor superar o apresentado nos primeiros três meses do ano, quando a empresa atingiu ganhos de R$ 5,33 bilhões. Uma projeção feita pela corretora Gradual Investimentos no início da semana apontava lucro líquido de R$ 4,060 bilhões. 

O Ebitda ajustado do semestre foi de R$ 41,3 bilhões, um aumento de 35% em relação ao 1º semestre do ano anterior, enquanto o fluxo de caixa livre foi positivo em R$ 4,5 bilhões, ante R$ -15,8 bilhões no mesmo período do anterior. 

Endividamento

O endividamento líquido da empresa subiu para R$ 323,9 bilhões no final de junho, aumento de 14% em relação aos R$ 282 bilhões registrados no fim de 2014. O endividamento total no final do semestre é de R$ 415 bilhões, enquanto o endividamento líquido é de R$ 324 bilhões. 

O aumento do endividamento foi menor que a desvalorização do real frente ao dólar no mesmo período. A moeda americana teve cotação média de R$ 2,64 no mês de dezembro de 2014, enquanto em junho, o valor médio foi de R$ 3,11, com alta de 17%. 

Lucro em todo o primeiro semestre é 43% menor que o apresentado em 2014

Nos resultados de todo o primeiro semestre do ano, a empresa soma lucro líquido de R$ 5,9, valor 43% inferior ao mesmo período do ano passado. O resultado reflete, principalmente, o aumento das despesas financeiras líquidas e o reconhecimento de despesa tributária de IOF em transações de mútuo (empréstimos entre empresas do Sistema Petrobras).

O lucro operacional foi de R$ 22,8 bilhões, 39% superior ao do 1º semestre do ano passado. O principal fator que contribuiu para este crescimento foi a maior margem na comercialização de derivados.

O EBITDA ajustado do semestre foi de R$ 41,3 bilhões, um aumento de 35% em relação ao 1º semestre do ano anterior.

O fluxo de caixa livre foi positivo em R$ 4,5 bilhões ante R$ -15,8 bilhões no 1S14.

Os investimentos totalizaram R$ 36,2 bilhões, 13% abaixo do 1º semestre de 2014. O segmento de Exploração e Produção no Brasil concentrou 78% dos recursos. Em dólares os investimentos atingiram US$ 12 bilhões, 33% abaixo do mesmo semestre do ano passado (US$ 18,1 bilhões).

A Petrobras recebeu R$ 157 milhões referentes a valores repatriados na Operação Lava Jato.

Petrobras no mercado financeiro

À espera da divulgação, as ações da estatal foram destaque e estiveram entre os maiores ganhos do dia no Índice Bovespa (Ibovespa). Os papéis ordinários (PETR3) tiveram alta de 4,28%, ao preço de R$ 11,46, enquanto as preferenciais (PETR4) subiram 3,10%, ao valor de R$ 10,32. No exterior, os ADR's (American Depositary Receipts) da empresa também subiram, mas com menos força, entre 1% e 3%.