A bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 0,69%, aos 49.897 pontos, após dois pregões de alta de mais de 1%. O mercado abriu no positivo e chegou a acumular ganhos de 0,83%, mas próximo às 11 horas perdeu força e virou para desvalorização, onde se manteve durante o resto do dia. Divulgação de dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos fizeram o mercado brasileiro reagir negativamente enquanto o dólar voltou a subir mais de 1%, encerrando cotado a R$ 3,37. Esta quinta-feira (30) também foi marcada por divulgação do balanço de empresas da bolsa, dentre ela a Vale, que teve lucro mas suas ações caíram.
A atividade econômica dos Estados Unidos se recuperou no segundo trimestre do ano. Os americanos registraram crescimento de 2,3% de seu PIB entre os meses de abril e junho, que foi impulsionado com um maior consumo das famílias e um forte aumento nas exportações, superando um início de ano ruim. Com isso, o dólar encerrou em alta de 1,253%, cotado a R$ 3,371 na venda e a 3,370 na compra.
O resultado positivo nos EUA interfere no Brasil, já que o Fed, Banco Central americano, disse esperar um sinal de recuperação da economia para aumentar os juros no país. Um aumento significa maior atratividade para investidores injetarem dinheiro na economia americana. A próxima reunião do Fed deve ocorrer em setembro e com os resultados, a expectativa para o aumento nas taxas, que atualmente estão entre 0% e 0,25% é cada vez maior.
No Brasil, as ações da Petrobras registram queda puxados pelo cenário internacional, mas na véspera do dia em que a empresa irá recuperar quantias desviadas pelo esquema de corrupção deflagrado na Operação Lava Jato. Nesta sexta-feira (30) haverá um evento onde o Ministério Público Federal (MPF) irá efetuar a devolução de valores recuperados para a companhia. Os papéis ordinários (PETR3) da estatal tiveram queda de 2,37% ao preço de R$ 11,52, enquanto os preferenciais (PETR4) caíram 2,33%, cotados a R$ 10,47. No exterior, os ADRs (American Depositary Receipts) registraram perdas em torno de 3%.
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Os papéis da Vale também tiveram queda, mesmo com divulgação do balanço do segundo trimestre, onde a companhia teve lucro de R$ 5,144 bilhões, valor 61,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado. A companhia reverteu o prejuízo em relação aos três primeiros meses do ano. As ações da empresa chegaram a abrir em alta, mas viraram para queda junto com a Bovespa e os ordinários (VALE3) caíram 4,90% ao preço de R$ 17,45, enquanto os preferenciais (VALE5) recuaram 4,63%, cotados a R$ 14,41.
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O diretor-presidente da Vale, Murilo Ferreira, destacou: "Estamos realmente muito animados com os resultados obtidos", Já Peter Poppinga, diretor-executivo de Ferrosos, ressaltou que se trata de um momento histórico também em relação à qualidade do produto. “É a primeira vez, depois de dez anos, em que estamos apresentando teores de ferro crescentes. Foi uma virada de jogo. Estamos colhendo os frutos dos esforços que fizemos”, comemora. O teor de concentração do minério de ferro da Vale chegou a 63,2% no 2º tri, frente a 63% nos primeiros três meses de 2015.
Outro destaque ficou com as ações da Embraer (EMBR3), que estiveram entre as maiores quedas do Índice Bovespa após reduzir projeção de sua receita em 2015. Segundo a empresa, a desvalorização do real frente o dólar e a diminuição no ritmo de desenvolvimento de determinados contratos de defesa e segurança motivaram a queda na previsão. Mesmo assim, a fabricante de aeronaves teve lucro líquido de R$ 405,5 milhões no 2º trimestre, com aumento de 24% do valor em relação ao mesmo período do ano anterior. As ações da empresa tiveram quedas de 5,46%, cotadas a R$ 22,50.
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No setor bancário, as ações do Bradesco também caíram, com ordinárias (BBDC3) registrando desvalorização de 1,30% ao preço de R$ 27,23, enquanto as preferenciais em perdas de 1,99, cotadas a R$ 27,05. O Bradesco lucrou R$ 4,47 bilhões, no segundo trimestre do ano, número 5,3% superior aos R$ 4,2 bilhões registrados nos três primeiros meses deste ano e 18,3% superior ao mesmo período do ano passado.
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De acordo com informações divulgadas pelo banco, o aumento foi impulsionado por dois fatores. O primeiro foi o aumento das taxas nos empréstimos, que fez a receita com juros crescer 13,9% na comparação anual. O segundo foi a alta robusta das receitas com tarifas, como as de conta corrente e de cartões de crédito – elas evoluíram 14,8% na comparação ano a ano, chegando a R$6,12 bilhões.
>>Ambev tem lucro líquido de R$ 2,83 bilhões, com alta de 27,3%
Dentre as grandes companhias que divulgaram resultados, a Ambev (ABEV3) foi a única que encerrou cotada em alta. Os papéis da empresa tiveram valorização de 0,85%, com preço de R$ 18,91. Seu lucro foi de R$ 2,83 bilhões, alta de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Nos primeiros seis meses do ano, o ganho foi de R$ 5,8 bilhões.
A empresa destaca que a receita líquida cresceu 10,3%, para R$ 9,9 bilhões, com crescimento em todos os negócios da companhia. Os volumes de venda consolidados, no entanto, tiveram queda, "devido, principalmente, a uma base de comparação muito difícil da Copa do Mundo da FIFA 2014 no Brasil (queda de 7,9%)".