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Levy não descarta novos cortes, mesmo se meta de superávit for reduzida

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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta terça-feira que o governo não descarta cortes adicionais de gastos e que está avaliando todas as informações e vai tomar as medidas necessárias para conduzir a política fiscal com vigor e realismo. "O governo tem plena consciência que, eventualmente, mudar a meta, não significa o fim do ajuste. Pelo contrário, significa que você tem que continuar fazendo o ajuste", disse o ministro a jornalistas.

Ele ressaltou que uma eventual redução da meta de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida) para este ano, fixada em 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país) não representa o fim do ajuste.

As declarações de Levy acontecem na véspera da divulgação do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas. Elaborado a cada dois meses, o documento traz reestimativas de arrecadação, metas e projeções sobre o comportamento da economia. Caso haja redução da meta de superávit primário, deve ser informada no relatório.

Levy sinalizou, ainda, não descartar medidas de contingenciamento, além das já anunciadas pelo governo. "O relatório [de receitas e despesas] vai refletir a realidade. Tem que fazer um trabalhinho de contingenciamento. Talvez tenha que cortar um pouquinho de despesa", declarou. Em maio, o governo já anunciou contingenciamento de R$ 69,9 bilhões.

Este ano, o governo realiza corte de gastos para conseguir fazer superávit e recuperar a confiança na economia brasileira. No entanto, tem havido dificuldades no ajuste, em função da arrecadação menor que a esperada. Além disso, algumas medidas para reduzir os gastos e aumentar a arrecadação ainda dependem de aprovação do Congresso Nacional. No ano passado, o país fechou suas contas com déficit primário de R$ 32,53 bilhões no setor público consolidado.

Questionado se o atual cenário de turbulência no Congresso Nacional poderia afetar a economia real, o ministro da Fazenda destacou que “o importante é, em todos os segmentos da vida nacional, a gente ter menos incertezas”. Na última semana, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, anunciou rompimento com o governo.

Com Agência Brasil