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Eurogrupo pede medidas extras para aprovar ajuda à Grécia

País pede aos credores 53,5 bilhões de euros para honrar suas dívidas até 2018

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As negociações iniciadas neste sábado (11/7) entre a Grécia e os credores foram infrutíferas e devem continuar neste domingo (12/7). 

As propostas econômicas para concessão de um novo resgate à Grécia foram recebidas com cautela pelo Eurogrupo (ministros das Finanças da zona do euro) na reunião deste sábado (11/7). As autoridades europeias estimam que o país precisará de 74 bilhões de euros em ajuda para os próximos anos. A Grécia pede aos credores 53,5 bilhões de euros para honrar suas dívidas até junho de 2018.

Os ministros pediram mais "esforços por parte da Grécia", para convencê-los a conceder um novo pacote de ajuda.

Segundo a avaliação, depois de duas semanas de controle de capital, os bancos gregos vão precisar de 25 bilhões de euros para se reerguerem. 

De acordo com a análise, o melhor resultado possível das reuniões deste final de semana seria um sinal verde para que as negociações de um pacote completo siga adiante, o que incluiria medidas extras por parte da Grécia e detalhes do novo financiamento.

As conversas desse sábado serão seguidas de um encontro de líderes europeus no domingo (12/7), em que chefes de Estado da zona do euro vão determinar quanto dinheiro e vontade política eles estão dispostos a gastar tentando manter a Grécia na moeda comum.

O ministro de Finanças da Holanda, Jeroen Dijsselbloem, que preside a reunião, foi cauteloso sobre a perspectiva de um acordo ser fechado neste sábado. "Acredito que ainda será uma reunião muito difícil, há muitas preocupações tanto quanto ao conteúdo das propostas quanto em relação ao tema da confiança", afirmou. "Será que o governo Grego pode fazer o que promete?", questionou.

A Alemanha insiste em criar obstáculos. O ministro das Finanças da Alemanha disse que a necessidade de altas somas de financiamento por parte da Grécia e a dúvida sobre o cumprimento das promessas tornam esse final de semana "extraordinariamente difícil". Ele ponderou, porém, que uma decisão sobre o futuro precisa ser tomada até domingo. "Estamos falando sobre necessidades de financiamento que vão além de qualquer coisa que já tenhamos visto no passado, afirmou Wolfgang Schauble.Ele chegou a propor uma saída temporária da Grécia da zona do euro por cinco anos e que durante esse período, o país contasse com o apoio financeiro da União Europeia.

Não há muito tempo para tomada de decisão. Os bancos gregos podem ficar sem dinheiro até mesmo para permitir saques limitados depois de segunda-feira. No dia 20 de julho, o país ainda terá que pagar 3,5 bilhões de euros referente a bônus e 700 milhões de euros em juros para o BCE.

Mesmo com um acordo no fim de semana, o plano de resgate precisa da aprovação de pelo menos oito Parlamentos nacionais, incluindo o Bundestag alemão, que deverá votar duas vezes (uma para dar mandato ao governo alemão para negociar e outra para aprovar o acordo final).

Sem uma nova ajuda até lá, o governo de Alexis Tsipras poderá ser obrigado a dar o calote na instituição. Falhar no pagamento ao BCE pode levar a corte nos empréstimos de emergência aos bancos gregos, um movimento que provavelmente forçará o governo a imprimir sua própria moeda.

Proposta grega

A proposta apresentada pela Grécia aos credores nesta sexta-feira (10/7) e aprovada pelo parlamento grego na madrugada deste sábado (11/7) prevê a arrecadação de 12 bilhões de euros, a abolição dos descontos no Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) a partir de 2016 em ilhas turísticas e aumento de impostos sobre restaurantes (23%) e hotéis (13%). Outros setores, como artigos de luxo, empresas e imóveis, também devem ser afetados.

O pacote promete ainda uma reforma no sistema previdenciário e um corte de 300 milhões de euros nos gastos com Defesa. Em troca da implantação das medidas de austeridade, a Grécia pede aos credores 53,5 bilhões de euros para honrar suas dívidas até junho de 2018.

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