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Zona do euro discute hoje o que fazer após o referendo grego

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Os responsáveis políticos da zona euro discutirão hoje (7), em Bruxelas, na Bélgica, em reuniões de ministros das Finanças, de chefes de Estado e de Governo, o caminho a seguir sobre a Grécia depois do referendo de domingo (5).

Na vitória do não à última proposta apresentada pelas instituições credoras na consulta popular que o governo grego decidiu realizar, o presidente do Conselho Europeu convocou, a pedido de Berlim e Paris, uma reunião da zona euro, que será antecedida de uma reunião dos ministros das Finanças do Eurogrupo.

Na reunião de ministros das Finanças não participará Yanis Varoufakis, que se demitiu ontem do cargo, na Grécia. Varoufakis foi substituído por Euclid Tsakalotos, que deverá apresentar aos seus parceiros uma nova proposta de Atenas para um terceiro programa de assistência, sem que o segundo tenha sido concluído.

Os bancos continuam fechados na Grécia e mantém-se o limite de saque diário de 60 euros por pessoa.

Ainda antes das reuniões de Bruxelas, a Grécia esteve em discussão em um debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, na França, que contou com a participação do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

Ele disse acreditar que se deva evitar uma saída da Grécia da zona euro e garantiu que continuará trabalhando para que seja alcançado um acordo. “Há alguns na União Europeia que, abertamente ou não, fazem campanha pela saída da Grécia da zona euro. Eu sou contra um Grexit”, declarou.

O presidente da Comissão Europeia, que também participará da reunião em Bruxelas, voltou a criticar as posições do governo grego ao longo do processo, mas defendeu que é o momento de se deixar “egos de lado” e de voltar à mesa de negociações, com “bom senso” e menos agressividade.

Juncker, que ainda não tinha se pronunciado sobre o resultado do referendo grego de domingo, explicou que optou por fazê-lo na assembleia europeia por considerar ser esse o local mais indicado. Ele ressaltou que respeita o voto do povo grego e disse que pedirá ao primeiro-ministro Alexis Tsipras que explique o que isso significa, pois não sabe ao certo a que os gregos disseram não.

“Os cidadãos da Grécia pronunciaram-se e eu gostaria de saber o que disseram. Foi-lhes colocada uma questão sobre algo que não existe. O povo grego votou majoritariamente não sobre um texto que já não está sobre a mesa”, disse, observando que Tsipras “sabe muito bem” que a proposta das instituições que submeteu à consulta popular já não representava a situação.

Insistindo nas críticas ao governo grego, Juncker considerou inaceitável que as autoridades de Atenas tenham classificado os credores como “terroristas” e disse ser um “grave erro” o fato de a delegação grega ter abandonado a mesa das negociações. Ele destacou que não se abandona negociação antes dela ter terminado.

Contudo, Juncker ressaltou que agora é tempo de as partes voltarem a conversar, questionando: “O que aconteceria se as nações europeias deixassem de falar umas com as outras?”