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França quer a permanência da Grécia na Zona do Euro 

Saída do país representaria um "risco para o crescimento e a economia mundiais", diz Manuel Valls

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A França está convencida de que a Eurozona não pode correr o risco de que a Grécia saia do bloco, algo que teria consequências para o crescimento e a economia mundiais, afirmou o primeiro-ministro francês, Manuel Valls.

"A França está convencida de que não podemos correr o risco de que a Grécia saia da zona do euro, por razões econômicas, mas sobretudo por razões políticas", declarou Valls à rádio RTL.

A saída, pela primeira vez, de um país da união monetária representaria um "risco para o crescimento e a economia mundiais", disse.

"O que está em jogo é a Europa", insistiu Valls, que pediu ao governo grego que "faça todo o possível para obter um acordo".

"Este acordo é necessário, em primeiro lugar porque a saída do euro levaria o povo grego a uma situação insuportável e é necessário também para a coesão e a coerência da zona do euro e, portanto, da Europa", disse Valls.

"Não se brinca com a História, não se brinca com um país como a Grécia", completou Valls, que anunciou um debate nesta quarta-feira (8/7) sobre a crise grega na Assembleia Nacional, a Câmara dos Deputados da França.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou também que deseja evitar a saída da Grécia da zona do euro e que chegou o momento de um novo encontro à mesa de negociações.

Juncker fez as declarações no Parlamento Europeu em Estrasburgo, dois dias depois da vitória do 'Não' no referendo da Grécia sobre as exigências dos credores de Atenas.

"Minha vontade, meu desejo é evitar um Grexit", afirmou Juncker, que usou o termo pelo qual a eventual saída da Grécia da Eurozona é conhecida.

"Há aqueles dentro da União Europeia (UE) que desejam, abertamente ou sem anunciar, que a Grécia saia da Eurozona: as respostas mais simples são geralmente as ruins", disse.

"A Comissão fará todo o necessário para que as negociações sejam retomadas. É o momento de reunir-se novamente à mesa de negociações", completou Juncker, antes de advertir, no entanto, que uma solução não será encontrada na reunião desta terça-feira.

Também afirmou que pedirá explicações ao primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, por ter organizado o referendo de domingo sobre um plano que havia "expirado". As propostas dos credores haviam sido apresentadas oito dias antes e integravam um programa de ajuda que deixou de ter validade no dia 30 de junho.

Bancos ficarão fechados mais dois dias

As autoridades da Grécia decidiram manter os bancos do país fechados por mais dois dias, informou nesta terça-feira  a Comissão Grega de Mercados de Capitais em comunicado. A bolsa de Atenas também vai continuar sem operar nesta terça (7/7) e quarta-feira (8/7) à espera do reinício das negociações nesta terça-feira com os credores internacionais para um possível acordo de resgate.