ASSINE
search button

Credores aguardam novas propostas da Grécia

Presidente francês e chanceler alemã se reunirão hoje para discutir a nova situação

Compartilhar

Os credores da Grécia reagiram depois que os gregos disseram um "não" às políticas de austeridade nas urnas, em troca de ajuda financeira da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Os primeiros a fazer pronunciamentos foram o presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, que decidiram, que os ministros da zona do euro se reunirão terça-feira (7/7). Merkel e Hollande disseram estar "de acordo" em que "se deve respeitar" o “Não” que os gregos deram à austeridade defendida por Bruxelas.

Eles têm uma reunião prevista para esta segunda-feira (6/7) à noite em Paris, para discutir a nova situação. 

O porta-voz da chanceler alemã, Steffen Seibertdisse, no entanto, declarou nesta segunda-feira (6/7) que as "condições para negociar um novo programa de ajuda" à Grécia não existem devido à "decisão de ontem (domingo) dos cidadãos gregos" no referendo.

O número dois do governo alemão, o social-democrata Sigmar Gabriel, também não se mostrou conciliador. Ele disse que após o "não" dos gregos é "difícil imaginar" novas negociações com a Grécia, já que o primeiro- ministro grego, Tsipras "rompeu as últimas pontes" com a Europa. 

Na Espanha, o "não" grego foi muito bem recebido pelo partido Podemos, que promete também o fim da austeridade e uma alternativa na Europa. Seu líder, Pablo Iglesias, comemorou no Twitter a vitória da democracia na Grécia.

O chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, convocou para segunda-feira a Comissão Delegada de Assuntos Econômicos para analisar a situação após o referendo grego deste domingo. A Espanha se mostrou aberta a um possível terceiro plano de ajuda:

"Tem o direito de pedir um terceiro programa. O governo espanhol está aberto a esta negociação", disse o ministro das Finanças, Luis de Guindos, antes de destacar, no entanto, que é "inevitável que a Grécia faça reformas".

O ministro das Finanças da Finlândia, Alexander Stubb, um dos representantes do bloco inflexível, afirmou que as "as negociações poderão ser retomadas desde que o governo grego esteja disposto a cooperar e comprometer-se com medidas para estabilizar a economia do país e aplicar as reformas estruturais necessárias à sustentabilidade da dívida".

Os credores haviam advertido aos gregos que o "não" podia ser sinônimo de saída da zona do euro. Mas o porta-voz do governo grego, Gabriel Sakellaridis, previu que "as iniciativas se multiplicarão a partir desta noite (domingo) para que possa haver um acordo" entre Atenas e seus sócios.

A previsão do governo da Grécia é reabrir os bancos nesta terça-feira (7/7), assim como a bolsa de Atenas, ambos permaneceram fechados toda a semana.

Por falta de dinheiro em caixa, o governo não pôde pagar os 1,6 bilhão de euros que devia quitar em 30 de junho ao FMI e desde terça-feira (29) limitou os saques nos bancos ao máximo de 60 euros por dia e por pessoa.

Referendo mostra que democracia não pode ser chantageada, diz Tsipras