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Soja, recessão e dólar alto favoreceram superávit na balança comercial brasileira

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A soja é o principal produto de exportação brasileiro, mas não foi a única responsável pela virada na balança comercial do país que, pela primeira vez, registrou saldo positivo no acumulado do ano, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A alta do dólar e a própria recessão econômica que o Brasil tem passado também fizeram com que o país voltasse a exportar mais do que importar em 2015. 

Quem explica é o professor dos MBA's da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Mauro Rochlin. Para ele, a melhora da balança comercial já era esperada por conta do início do período de exportação da soja, mas há outros dois motivos responsáveis por impulsionar essa "virada" comercial: a alta do dólar e a recessão. 

"A recessão ajuda a exportação, porque as empresas vão buscar vender para o exterior com o comércio interno desaquecido", diz Rochlin. De fato, houve aumento progressivo nas exportações entre janeiro e maio, passando de US$ 13,704 bilhões para US$ 16,769 bilhões mensais, enquanto que as importações foram diminuindo, de US$ 16,877 bilhões para US$ 14,008 bilhões mensais. Combinada com a alta do dólar, a recessão torna os produtos importados menos interessantes, e com poder de compra reduzido, o brasileiro consome menos, também no mercado interno. 

Já em relação à soja, a média diária de exportação aumentou mais de dez vezes, passando de US$ 24,8 milhões para 226,8 milhões em junho. Rochlin acredita que esses dados positivos podem ser sinal de "uma recuperação na economia".

Na segunda semana de junho, a balança comercial registrou superávit de US$ 678 milhões, resultado de exportações no valor de US$ 4,588 bilhões e importações de US$ 3,910 bilhões. No mês, as exportações somam US$ 9,249 bilhões e as importações, US$ 6,595 bilhões, com saldo positivo de US$ 2,654 bilhões. No ano, as exportações totalizam US$ 83,950 bilhões e as importações, US$ 83,601 bilhões, com saldo positivo de US$ 349 milhões.