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Barbosa: esforço fiscal vai levar pelo menos dois anos

Ministro do Planejamento diz que retomada de investimentos pode ocorrer ainda em 2015

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O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse nesta segunda-feira que o esforço fiscal perseguido pelo Brasil vai durar pelo menos dois anos, explicando que o governo está procurando adotar uma postura gradual no reequilíbrio das contas públicas. "O ajuste não será tão rápido quanto uns desejam, nem tão lento como outros acreditam", afirmou durante seminário de política fiscal na Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Barbosa disse que uma "demanda reprimida" por serviços de infraestrutura vai ajudar, já no final de 2015, na retomada do nível de investimentos no país e, "sobretudo a partir do ano que vem". 

Barbosa comentou também a tendência de alta dos juros. Para ele, neste momento, a política de aumento da taxa básica (Selic) é um remédio necessário para que a taxa de inflação convirja para o centro da meta (4,5%). Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para decidir a nova taxa Selic, atualmente em 13,25% ao ano.

O ministro do Planejamento também comentou sobre o contingenciamento no Orçamento anunciado recentemente, que totaliza R$ 69,9 bilhões. Segundo ele, houve uma revisão para baixo nas previsões de receita, de quase R$ 65 bilhões. Além disso, as projeções para as despesas obrigatórias cresceram R$ 4,8 bilhões. Segundo ele, as despesas obrigatórias crescem em média o equivalente a 0,5 ponto porcentual do PIB, então foi preciso promover um corte de magnitude semelhante nos gastos discricionários.

"Procuramos preservar o Bolsa Família e o Brasil Sem Miséria, mas adequando o funcionamento de alguns programas sociais à restrição fiscal que o governo enfrenta este ano". Barbosa afirmou que o corte não é linear. "Procurou-se fazer um esforço fiscal em que todos contribuem, mas não dá mesma forma, não é linear. Procuramos preservar investimentos e gastos prioritários", argumentou.