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"O Brasil está começando a mudar com o ajuste fiscal", diz Levy

Para ministro da Fazenda, desempenho de 2013 é referência para disciplina nos gastos

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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, destacou em evento em Santa Catarina neste sábado (16) que a disciplina fiscal é importante para o país retomar o patamar visto em 2013, ano "bom, até certo ponto expansionista", "uma boa linha de referência" em relação aos gastos do governo. Para ele, o Brasil já começou a mudar com o ajuste fiscal. "É um exercício de disciplina, mas 2014 foi um ano que foi um pouco além do que a gente consegue sustentar", destacou Levy, que visita empresas em Joinville, no Norte do estado, durante a tarde. 

Em 2013 o governo teve um superavit de 1,9% do PIB, equivalente a R$ 91,3 bilhões. Neste ano, a meta é economizar R$ 66,3 bilhões no setor público, 1,1% do PIB. Como em 2014, houve deficit primário de 0,6% do PIB, o esforço fiscal neste ano equivaleria a uma economia entre R$ 110 bilhões e R$ 120 bilhões, o equivalente a 1,7% do PIB.

De acordo com ele, o governo estaria estudando formas de simplificar a cobrança de impostos como o ICMS e o Cofins, para o processo ficar menos complexo e para ajudar no crescimento das empresas. 

O ministro também comentou que já que a Câmara dos Deputados não aprovou o endurecimento das regras para concessão de auxílio-doença e mudou o cálculo da aposentadoria, o governo pode vir a reduzir ainda mais os gastos. O bloqueio de gastos deve ser definido neste domingo (17), em reunião convocada pela presidente Dilma. O corte pode chegar a R$ 80 bilhões. O anúncio oficial, contudo, está previsto para quinta-feira (21). O prazo legal termina no dia seguinte.

O momento de ajuste do país ainda entra em sintonia com o cenário econômico internacional, com dificuldades para todos os países. “É muito importante a gente ter as contas em dia, mas além disso é um Brasil que vai mudar pelas próprias forças da economia”, assegurou. Segundo Levy, a expectativa é aumentar exportações, conquistar uma indústria mais competitiva e retomar o emprego. 

Para Levy, além do sucesso do ajuste fiscal, com o plano de infraestrutura que deve ser anunciado em breve e a retomada da confiança do setor privado, 2016 pode ser um ano "muito interessante".