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OTC chega ao fim marcada pela perseverança do empresariado brasileiro

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A OTC (Offshore Technology Conferences) terminou nesta quinta-feira (7) e os seus resultados podem ser considerados positivos. Alguns negócios foram realizados, mas o mais importante foi o início de encontros e a partida para o desenvolvimento de futuras parcerias.  A OTC é como uma olimpíada. Reúne profissionais de pelo menos 70 países de todos os continentes interessados em acompanhar o desenvolvimento de negócios, que é a medalha de ouro do segmento de petróleo e gás.

O evento revelou também uma crença firme, uma esperança do empresariado brasileiro, apesar de todas as dificuldades, de toda crise, de toda desconfiança, de toda paralisia do mercado. Mesmo com estas adversidades, o Brasil foi a maior delegação internacional da conferência: 261 profissionais que vieram em busca de novos horizontes, confirmando o ditado de que o brasileiro não desiste nunca.

Esta era a tônica dos comentários da maioria das empresas que participaram do Pavilhão Brasil, sempre muito bem organizado pela profissional Adriene Kfouri.  A título de contribuição, pelo menos cinco empresários que colocaram estandes aqui, sugeriram que o IBP devesse organizar visitas das autoridades brasileiras presentes ao evento e que elas pudessem visitar todos os expositores do Pavilhão Brasil, buscando uma melhor integração.

Este ano, por exemplo, a Petrobrás voltou a montar um estande na feira. Alguns de seus profissionais realizaram boas palestras técnicas na conferência, mas no Pavilhão Brasil a empresa teve uma presença pálida, se comparada a dos anos anteriores. Os diretores que vieram do Brasil receber o prêmio da OTC, conquistado pelo trabalho no pré-sal, só visitaram o estande da própria companhia protocolarmente. Neste momento sensível que a empresa atravessa, seria de bom tom que tivessem aproveitado para conversar frente a frente com os empresários que também vieram representar a indústria do petróleo do Brasil. Até mesmo em respeito às empresas e aos seus representantes que investiram até o que não tinham para buscar oportunidades e saber o que a estatal está planejando para o futuro.

Fora do ambiente da feira, houve vários eventos que tiveram pontos negativos e positivos. O lado positivo foi a qualidade dos eventos realizados pela Bratecc, a Câmara de Comércio Brasil-Texas, presidida pelo bem humorado presidente da Petrobrás América, Cláudio Fontes Nunes. Tanto no coquetel que reuniu empresários para ouvir a palavra oficial do governo brasileiro, através do Ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, quanto no encontro que reuniu Cristina Pinho, da Petrobrás, o preparadíssimo presidente do IBP, Jorge Camargo, Paulo Alonso, da Petrobrás, e a Diretora Geral da ANP, Magda Chambriard.

O lado negativo, felizmente, foi apenas a irritação do assessor especial da presidência da Petrobrás, Paulo Alonso, quando tentou intimidar o repórter do Petronotícias, ao rejeitar uma reportagem crítica às exigências da política de QSMS da Petrobrás e a divulgação de suas palavras que anteciparam as mudanças de algumas regras da política de conteúdo nacional, antes mesmo do anúncio feito pelo Ministro Eduardo Braga e pela própria ANP.  Suas declarações tiveram consequências e causaram reações de perplexidade no empresariado brasileiro aqui presente. Para um assessor da presidência da Petrobrás, esperava-se, pelo menos, ponderação. Sua atitude revelou um destempero que pode não ser um bom ingrediente para o papel de orientador, conselheiro e assessor do presidente da Petrobrás.

Para fechar com chave de ouro, a boa notícia acabou vindo da Diretora Geral da ANP, Magda Chambriard, confirmando uma espécie de plano de desburocratização na participação das empresas interessadas na 13ª rodada. Elas poderão participar do leilão sem que tenham apresentado antecipadamente os quase 3 mil documentos exigidos. Mas terão de junho ao dia 7 de outubro, dia do leilão, para reunir toda esta papelada.

A nova fronteira do petróleo, no Amazonas, serão 7 blocos, numa área de 20 mil km quadrados, perto de Manaus (ainda aguardando o aval dos órgãos ambientais); Na Bacia do Parnaíba, no Maranhão e Piauí, serão 22 blocos numa área de 62 mil km quadrados; Na Bacia Potiguar, serão 71 blocos com 261 mil km quadrados; Na Bacia do Recôncavo, serão 85 blocos, com 23 mil de km quadrados.  A Margem Leste terá 1,5 milhão de metros quadrados, numa área que vai do Rio Grande do Sul até Alagoas. Uma distância equivalente a um trecho de Moscou a Lisboa. Sai de Alagoas, passando por Sergipe, Camamu, na Bahia, Espírito Santo, Campos, Santos até o Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai, onde haverá uma base. A Bacia de Sergipe- Alagoas terá 10 blocos, com 7 mil km quadrados; A Bacia de Jacuípe, 4 blocos, com 2,7 mil km quadrados; A Bacia de Camamu-Almada, 9 blocos, numa área de 5,3 mil km quadrados; Na Bacia do Espírito Santo, 7 blocos, com 5 mil km quadrados; E a Bacia de Pelotas, 51 blocos.