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Produção industrial registra queda em março, aponta IBGE

Na comparação com o mês anterior, março teve pior resultado desde 2006

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A indústria brasileira voltou a apresentar queda em março, seguindo o mesmo movimento do mês anterior. Em janeiro, foi registrada leve recuperação. A produção industrial nacional recuou 0,8% em março frente ao mês anterior, na série com ajuste sazonal, após a queda de 1,3% de fevereiro. A queda registrada na comparação mensal é a mais intensa para o mês de março desde 2006, quando o recuo foi de 1,3%. Entre os setores, a principal influência negativa veio de veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuou 4,2%. O desempenho do setor de produtos alimentícios, contudo, foi positivo, em 2,1%.

Na série sem ajuste sazonal, em relação a março do ano anterior, a indústria recuou 3,5%, décima terceira taxa negativa consecutiva nessa comparação, embora menos acentuada do que a observada em fevereiro, quando a queda foi de 9,4%. 

O setor acumula queda de 5,9% no ano e de 4,7% nos últimos doze meses. Este último indicador mantém trajetória descendente desde março de 2014, e teve o resultado negativo mais intenso desde janeiro de 2010, quando a queda foi de 4,8%.

Para o IBGE, a indústria volta a mostrar menor ritmo produtivo, devido não só a segunda queda consecutiva em relação ao mês anterior, mas também pelo perfil disseminado de taxas negativas, já que todas as grandes categorias econômicas e a maior parte das atividades apontaram redução na produção. Com o resultado de março, a produção industrial agora está 11,2% abaixo do nível recorde alcançado em junho de 2013. 

O IBGE destacou ainda que março deste ano teve três dias úteis a mais do que igual mês de 2014. No acumulado do primeiro trimestre, a indústria recuou 5,9% e acentuou o ritmo de queda frente ao terceiro (-3,5%) e ao quarto (-4,1%) trimestres de 2014.

Série com ajuste sazonal tem quedas em 14 dos 24 ramos

A redução de 0,8% da atividade industrial na passagem de fevereiro para março mostrou resultados negativos em todas as quatro grandes categorias econômicas e em 14 dos 24 ramos pesquisados, diz o IBGE. Entre os setores, a principal influência negativa veio de veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuou 4,2%, sexto mês seguido de queda na produção, acumulando nesse período perda de 19,4%. 

Outras contribuições negativas importantes vieram das atividades de máquinas e equipamentos (-3,8%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-8,1%), de bebidas (-4,9%), de produtos de borracha e de material plástico (-4,2%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,4%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-6,7%) e de metalurgia (-1,3%).

Por outro lado, entre os dez ramos que ampliaram a produção nesse mês, o desempenho de maior importância para a média global foi assinalado por produtos alimentícios, que avançou 2,1%, eliminando assim o decréscimo de 0,4% observado em fevereiro último.

Entre as quatro categorias econômicas, ainda em relação a fevereiro, bens de capital (-4,4%) e bens de consumo duráveis (-3,1%) mostraram as reduções mais acentuadas em março, influenciadas, respectivamente, pela menor produção de caminhões e automóveis. O primeiro segmento repetiu a magnitude de queda observada em fevereiro e o segundo assinalou a sexta taxa negativa consecutiva com perda acumulada de 13,3% no período. Os setores de bens de consumo semi e não-duráveis (-0,3%) e de bens intermediários (-0,2%) também recuaram - o primeiro pelo sexto mês seguido, acumulando no período perda de 5,8%, e o segundo repetindo a queda do mês anterior (-0,2%).

Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou queda de 3,5% em março de 2015, com perfil disseminado de resultados negativos, alcançando as quatro grandes categorias econômicas, 16 dos 26 ramos, 46 dos 79 grupos e 53,3% dos 805 produtos pesquisados. Vale citar que março de 2015 (22 dias) teve três dias úteis a mais do que igual mês do ano anterior (19). Entre as atividades, as de veículos automotores, reboques e carrocerias (-12,7%) e a de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-9,8%) exerceram as maiores influências negativas na formação da média da indústria, pressionadas em grande parte pela redução na produção de caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques, automóveis, reboques e semirreboques, autopeças e carrocerias para caminhões e ônibus, na primeira; e de gasolina automotiva, óleo diesel, óleos combustíveis, naftas para petroquímica, querosenes para aviação e asfalto de petróleo, na segunda.

As quatro grandes categorias da indústria acumulam queda no ano

No índice acumulado em 2015, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial mostrou queda de 5,9% e as quatro grandes categorias econômicas, 23 dos 26 ramos, 64 dos 79 grupos e 66,6% dos 805 produtos pesquisados apontaram recuo na produção. Entre os setores, o principal impacto negativo foi observado em veículos automotores, reboques e carrocerias (-20,7%), pressionado, em grande parte, pela redução na produção de aproximadamente 92% dos produtos investigados na atividade.

Por outro lado, entre as três atividades que ampliaram a produção, a principal influência foi observada em indústrias extrativas (10,3%), impulsionada, em grande parte, pelo crescimento na extração de minérios de ferro pelotizados e de óleos brutos de petróleo.

Entre as grandes categorias econômicas, as quedas em bens de capital (-18,0%) e bens de consumo duráveis (-15,8%) se devem à redução na fabricação de bens de capital para equipamentos de transporte (-24,7%), na primeira, e de automóveis (-16,1%), na segunda. Os segmentos de bens de consumo semi e não-duráveis (-5,9%) e de bens intermediários (-2,8%) também assinalaram taxas negativas no índice acumulado no ano, com o primeiro repetindo a magnitude de queda observada na média nacional, e o segundo apontando o recuo mais moderado entre as grandes categorias econômicas.