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Petrobras e Vale são destaques em dia de alta na Bovespa; dólar cai a menos de R$ 3

Ações ordinárias da petroleira e papéis da Vale tiveram ganhos de mais de 5%

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As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) viraram para forte alta na tarde desta quinta-feira e encerraram o pregão cotadas a R$ 14,06, com alta de 5,63%, enquanto as ações preferenciais (PETR4) seguiram caminho inverso acumulando perdas de 1,52%, com preço de R$ 12,92, em dia de alta de 1,95% da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que fechou com 55.684 pontos, o maior nível do ano. 

Caio toledo, analista de investimentos da XP avalia que os papéis ordinários (com direito a voto) se tornaram mais atrativos aos investidores na medida em que o presidente da empresa, Aldemir Bendine, anunciou que não serão pagos dividendos aos acionistas no ano de 2015.

O fato de a empresa não pagar dividendos elimina a principal vantagem que os portadores de ações preferenciais têm sobre os outros, já que, além de possuir prioridade no recebimento de cotas, eles também arrecadam uma parcela maior. 

>> Petrobras: balanço auditado aponta prejuízo de R$ 21,6 bilhões em 2014

Os ADR's (American Depositay Receipts) correspondentes às ações On têm fortes ganhos de 5,26%, cotados a US$ 9,40, enquanto que os ADR's correspondentes aos papéis preferenciais tiveram leve queda de 0,34%, com preço de US$ 8,68.

Em entrevista coletiva na noite de ontem, após divulgação do balanço auditado, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, afirmou que o corpo gerencial da empresa vai se reunir para fazer uma "revisitação do seu plano de negócios e uma mudança em sua prática de governança para os próximos cinco anos", mudando também a maneira como as decisões são tomadas. O presidente indiciou que as resoluções importantes da empresa passarão por vários níveis antes de serem tomadas, e classificou a Petrobras como "vítima" do que chamou de "desastre" deflagrado pela Operação Lava Jato. 

>> Balanço da Petrobras é positivo e passa transparência, dizem especialistas

No balanço divulgado, a empresa atribuiu aproximadamente 30% de seu prejuízo à corrupção, o que significa um valor de R$ 6,2 bilhões. Questionado sobre a recuperação deste dinheiro, Bendine indicou que a empresa pretende reaver valores a partir de maio. 

Questionado se a empresa pode recuperar seu valor de mercado após o balanço e a indicação de mudanças no gerenciamento da empresa, Caio Toledo disse que "a divulgação do balanço foi algo positivo para o mercado, porém isso não muda o fato de que a empresa tem uma dívida muito alta, e não há uma tendência em pensar sobre uma melhora para a empresa no que diz respeito às suas atividades de exploração". 

Bolsa tem dia de alta puxada por Vale e IPC-S

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) tem alta de 1,95%, operando acima dos 55 mil pontos pela primeira vez em 2015. Os maiores destaques são a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor-Semanal (IPC-S), publicado às 8 horas da manhã desta quinta-feira. O Índice apontou aumento de 0,71% na terceira semana de abril, número menor do que o apurado na semana anterior. Outro destaque ficou por conta das ações da Vale, que têm segundo dia consecutivo de fortes altas.

Tanto os papéis preferenciais (VALE5) quanto os ordinários (VALE3) acumulam ganhos de pelo menos 6%, após subiram mais de 9% na quarta-feira (22). VALE5 segue cotada a R$ 17,54 e VALE3 tem preço de R$ 21,09. Os ganhos se dão por conta do aumento da produção de minério de ferro da empresa, que subiu 4,9% no primeiro trimestre de 2015, comparado ao mesmo período do ano anterior. 

Caio Toledo considera que na próxima semana o desenrolar da questão da dívida grega pode continuar tendo impacto nas bolsas estrangeiras, refletindo em variações para a Bovespa. Já no cenário interno, os desentendimentos entre o Congresso e o Planalto também devem estar no radar dos investidores. 

Dólar volta a valer menos de R$ 3 após quase dois meses

O dólar tem queda de 0,89%, cotado a R$ 2,98. É a primeira vez que a moeda americana é cotada abaixo dos R$ 3 desde o dia 4 de março. O Banco Central efetuou hoje leilão de rolagem de swaps com vencimento em 4 de maio, com valor total de R$ 10,115 bilhões de dólares e oferta de até 10,6 mil contratos. 

Em relação ao dólar, Caio afirma que há um movimento global de valorização da moeda com a expectativa de que o Banco Central americano aumente a taxa de juros nos Estados Unidos. No entanto, especificamente no Brasil, "a pressão política fez com que o dólar trabalhasse com alta volatilidade. As dúvidas políticas e econômicas deram uma esfriada e o valor da moeda americana voltou a cair, na medida em que o cenário interno parece estar 'entrando nos eixos'. No entanto, essa questão do câmbio alto ainda deve persistir durante todo o ano de 2015", disse o especialista. 

*Do programa de estágio do JB