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Grau de investimento mostra acerto da política econômica, diz Tesouro

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A decisão da Standard & Poor´s (S&P) de manter a nota de crédito e o grau de investimento do Brasil reforça a percepção de que as políticas do governo de modo geral e, em particular, a política fiscal, estão na direção “correta”, disse o coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública do Tesouro, Otávio Ladeira.

O comentário de Ladeira se refere à decisão de ontem (23), adotada pela  Standard & Poor´s, de manter a nota de crédito do Brasil no nível de grau de investimento e com perspectiva estável. Com a decisão, a S&P manteve – para o Brasil – o selo de bom pagador.

Estranhamente, uma notícia de tamanha importância e significado para a economia brasileira não mereceu o mesmo destaque em diferentes veículos de comunicação. Dos principais jornais impressos do país, apenas a Folha de S. Paulo colocou a notícia em sua manchete. O Estado de S. Paulo deu uma discreta chamada no pé da capa, e O Globo sequer citou a informação em sua primeira página. 

>> Standard & Poor's mantém nota de crédito do Brasil

“[A decisão da Standard & Poor´s] demonstra que estamos na linha correta em direção à sustentabilidade e estabilidade da dívida pública a médio prazo: as agências [de classificação de risco], em particular a S&P, com essa decisão de ontem, captaram bem o esforço do governo e percepção de credibilidade da equipe atual em relação à política que está desenhada”, disse.

Segundo Otávio Ladeira, a agência destacou – como uma das razões para manter o rating do Brasil – as instituições políticas bem estabelecidas e o amplo compromisso com políticas que mantenham a estabilidade econômica. Ele disse ainda que o Tesouro Nacional já percebeu uma mudança positiva, no mercado financeiro, para as taxas dos títulos brasileiros da dívida externa com prazo de dez anos, em particular, que caíram consideravelmente.

“Não há como prever o que pode acontecer para a frente, mas [esses indicadores] já [constituem] um sinal [positivo]”, disse. É uma boa referência”, acrescentou Otávio.

Para o coordenador de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, José Franco Medeiros de Moraes, os títulos de 30 anos também tiveram uma “performance melhor do que seus pares”.  

Em relação à influência de eventuais barreira que possam ser encontradas pelo Brasil, na busca de crédito externo, Medeiros de Moraes disse que não existe essa dificuldade em razão do acerto da política que vem sendo implementada pelo governo, no momento.

O Tesouro, segundo disse Medeiros de Moraes, não tem necessidade de buscar financiamento internacional. “Toda a dívida externa que vence em 2015, o Tesouro [Nacional] já pré-financiou. Isso quer dizer que o Tesouro já tem os recursos para pagar esses financiamentos. Além disso, estão disponíveis os recursos em dólares cujo valor já está garantido pelas operações de hedge (proteção)", acrescentou.

Medeiros de Moraies disse também que, se o governo lançar título no mercado internacional, é só para dar às empresas brasileiras uma curva de referência de juros, que sirva de orientação.

Funcionários da S&P estiveram com a equipe econômica, em Brasília, no início de março. Durante a visita, os representantes da S&P ouviram das autoridades econômicas do país detalhes sobre o encaminhamento da política econômica brasileira.

Com Agência Brasil