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Levy assume Fazenda e defende necessidade de ajuste fiscal

Sem a presença de Guido Mantega, novo ministro anunciou equipe

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Sem a presença de Guido Mantega, Joaquim Levy assumiu o Ministério da Fazenda nesta segunda-feira (5) e defendeu a necessidade de ajuste fiscal. “Esse compromisso fiscal nem sempre é fácil, especialmente considerando as legítimas demandas da população brasileira, mas o Brasil tem plenas condições de exercitar o equilíbrio fiscal, sem com isso ofender direitos sociais ou deprimir a economia", disse.

Levy afirmou também que a adequação do orçamento de 2015 às perspectivas de arrecadação da União se dará nas próximas semanas. O novo ministro ressaltou ainda que qualquer iniciativa tributária terá que ser coerente com a trajetória do gasto público. "Não podemos procurar atalhos e benefícios que impliquem em redução acentuada de tributação para alguns segmentos, por mais atraentes que elas sejam, sem considerar seus efeitos", defendeu.

O novo ministro não descartou a possibilidade de aumento de tributos para realinhar as contas públicas. “Possíveis ajuste de tributos serão considerados, especialmente aqueles usados para estimular a poupança doméstica e corrigir desbalanços tributários entre os setores”, ressaltou.

O ministro da Fazenda deixou claro que confia plenamente na recuperação da economia brasileira: "Temos confiança neste momento porque talvez nunca antes na nossa história em períodos democráticos tivemos a maturidade de fazer correções bem antes que uma crise econômica se instalasse. A econômica brasileira tem bons fundamentos e estamos dispostos a implementar as medidas necessárias sem ingenuidade de medidas fáceis”.

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Joaquim Levy anunciou os nomes da sua equipe de trabalho. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda será Tarcisio Godoy. Para a Secretaria da Receita Federal foi escolhido Jorge Rachid. Já Marcelo Santilli Barbosa assumirá a Secretaria do Tesouro.

Para a Secretaria de Políticas Econômicas foi chamado Afonso Arinos Melo Franco Neto; para a Secretaria de Acompanhamento Econômico, Pablo Fonseca; parta a Secretaria de Assuntos Internacionais, Luis Balduíno; para a Procuradoria-Geral, Adriana Queiroz; e para a Coordenação de Assuntos Financeiros, Carlos Barreto.

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega não estava presente à cerimônia de transmissão de cargo. Ele foi representado pelo secretário executivo da pasta, Paulo Caffarelli, que citou medidas tomadas em dezembro para conter gastos públicos, como a restrição à concessão do seguro-desemprego e a diminuição dos subsídios ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Caffarelli alegou que a extensão do prazo para o pagamento do seguro-desemprego não retira direitos dos trabalhadores. Ele também lembrou que a política de aumento de gastos públicos para estimular a economia ajudou o Brasil a manter o desemprego no menor nível da história. No entanto, disse que chegou o momento de reequilibrar as contas públicas e ressaltou que 2015 será o ano do ajuste fiscal.