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'El País': EUA registram maior taxa de crescimento em 11 anos

Expansão foi de 5% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2013

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"Se o desempenho da economia norte-americana surpreendeu no segundo trimestre por sua solidez, o terceiro foi ainda muito melhor do que o esperado. O produto interno bruto (PIB) da maior potência mundial se expandiu 5% com relação ao mesmo período do ano anterior, o que significa 1,1 ponto percentual a mais do que estimativa de um mês atrás. É a maior taxa de crescimento em 11 anos". A notícia foi publicada na terça-feira (23/12) pelo jornal espanhol El País

"Com esse dado nas mãos dos investidores, o índice Dow Jones abriu a sessão acima dos 18.000 pontos pela primeira vez na sua história. Os analistas esperavam uma revisão para cima, em torno de 0,7 ponto percentual, ficando próximo dos 4,6% mensurados no segundo trimestre. Mas o consumo privado permitiu um resultado ainda melhor, com um crescimento de 3,2%, frente a 2,2% da previsão.

O setor de serviços também foi fortemente reavaliado para cima, de 1,2% para 2,5%, enquanto o investimento empresarial cresceu 7,7%. Finalmente, o gasto em defesa e o aumento das exportações explicam o restante da recuperação em meados deste ano. Todos os detalhes confirmam que a economia dos EUA está agora na direção de um crescimento robusto", diz a matéria do diário espanhol. 

O perfil do crescimento nos últimos dois trimestres, que resulta numa taxa anualizada média de 4,8%, parece mais com o de uma economia em desenvolvimento, contrastando com a estagnação que ocorre na Europa e no Japão. O dado, além disso, mostra uma forte recuperação quando se leva em conta a contração que a economia norte-americana sofreu no começo de 2014.

Analistas do IHS Global dizem que o novo dado é uma boa base para entrar em 2015, mas admitem que será difícil manter esse ritmo. As atenções voltam-se agora para o quarto trimestre, quando o crescimento deverá ficar mais perto do potencial de longo prazo, em 3%. Então será possível avaliar os efeitos pelo lado do consumo da queda no preço da energia.

"Os dados de habitação já mostram uma desaceleração, e a temporada de compras natalinas não está sendo tão boa como se esperava. A projeção é de que o ano termine com uma taxa de crescimento médio de 2,4%, podendo chegar a 3% em 2015, se o atual inverno for mais brando que o do ano passado. A evolução da economia global também será determinante.

O Federal Reserve (o banco central norte-americano) decidiu há uma semana manter intacta sua estratégia de retomada da normalidade monetária. Não se espera uma alta dos juros antes de meados do ano que vem. A presidenta do Fed, Janet Yellen, já excluiu uma decisão nesse sentido em janeiro ou março, apesar de os dados de crescimento, aliados à inflação baixa, indicarem que já há margem para a normalização", conclui o artigo do El País.