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Bovespa fecha em queda de 2,32% após novas pesquisas eleitorais

Já o dólar fechou em alta e atingiu a marca dos R$ 2,48

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A divulgação de novas pesquisas eleitorais e o cenário externo afetaram a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa, que fechou em queda de 2,32% nesta quarta-feira, aos 52.858 pontos. O giro financeiro foi de US$ 8.080 bilhões

Entre as maiores quedas na bolsa, estão os papéis da Gol, bastante afetada pela depreciação cambial. A Ambev também foi outro componente negativo. Petrobras PN chegou a recuar 4,75%, Itaú PN, 2,21%, e Bradesco PN, 3,32%.

Na ponta positiva, entre as poucas altas do dia, estiveram papéis que se beneficiam da valorização do dólar, como Braskem PNA (1,60%), Fibria ON (0,78%), Embraer ON (0,53%) e Vale PNA (0,37%).

Dólar fecha em alta e atinge marca de R$ 2,48

Já o dólar fechou em alta de 1,5% nesta quarta-feira, cotado a R$ 2,485, o maior valor desde dezembro de 2008, também atrelado às novas pesquisas eleitorais. Na semana, a moeda americana acumula alta de 2,85% e no ano, há valorização de 5,4%.

Na terça-feira, o Banco Central anunciou o início da rolagem do lote de swaps cambiais, que equivalem à venda futura de dólares, que vencem em novembro, sinalizando a rolagem total desses contratos. 

O BC vendeu nesta sessão a oferta total de até 8 mil swaps para rolagem dos contratos de novembro. Com isso, rolou cerca de 4,5% do lote total, equivalente a US$ 8,84 bilhões. Pela manhã, o BC também deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps, com volume correspondente a US$ 197,0 milhões.

Eleições em um país em desenvolvimento

A economia e as eleições, no Brasil, são uma via de mão dupla, conforme explicou Rafael Cortez, cientista político da Tendências Consultoria, ao JB. As expectativas em relação ao desempenho dos candidatos à presidência afetam o humor dos agentes econômicos, um fenômeno típico de países em desenvolvimento. "Nos países avançados, esses são dilemas resolvidos. Já que têm instituições econômicas sólidas, ficam relativamente protegidos da alternância de governos", salienta Cortez.

Francisco Lopreato, professor de Economia da Unicamp, concorda com Cortez. Nos Estados Unidos, sugere, mesmo em caso de mudança de um governo republicano para um democrata, ou vice-versa, a entrada de um novo presidente não traz mudanças tão substanciais para a condição do país, a política econômica não muda, não são alterações tão expressivas. A chegada de Obama ao poder, mesmo representando uma grande novidade, não significou nenhuma alteração substancial para o mercado.

"A economia brasileira é um tumulto, ganhou uma estabilidade maior com o governo Lula, mas ainda está longe de ser uma situação semelhante a dos EUA. As mudanças aqui ainda são muito expressivas, mesmo do Lula para a Dilma, apesar de ser uma continuidade", conclui Lopreato.