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Britânicos são os que mais investem no setor energético brasileiro

Para economistas, o Reino Unido também tem grande importância no setor de óleo e gás

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Mais de 60 empresas britânicas participam da Rio Oil & Gas 2014, que vai até quinta-feira (18). O grande incentivador é o UK Trade & Investment (UKTI), departamento do governo inglês que auxilia empresas estrangeiras a levarem investimentos para o Reino Unido ao mesmo tempo que ajuda empresas baseadas na Inglaterra a terem sucesso na economia global. Hoje, os britânicos são os que mais investem no setor energético brasileiro e já estão entre os que mais investem na exploração de petróleo. Tanto que, nos últimos três anos, nos setores naval e de óleo e gás, as empresas amparadas pela UKTI faturaram mais de 1,5 bilhão de libras (cerca de R$ 5,7 bilhões) no Brasil.

Para o doutor em economia do desenvolvimento, Aldison de Oliveira, o Brasil tem um mercado altamente atrativo para investimentos estrangeiros pela possibilidade de exploração de reservatórios de pré-sal, que ele define como “gigantes”. Para ele em 2009, os negócios no setor de óleo e gás experimentaram um arrefecimento de investimentos na exploração. Contudo, o volume de recursos tem sido retomado à medida que avança o interesse pelo pré-sal.

“Sem dúvidas a regulamentação da exploração de petróleo e a própria liberdade para colocar novos blocos para exploração tornam a economia brasileira mais atraente para investimentos no setor”, explica Adilson. Sobre a participação dos ingleses na atividade de investimento e exploração do petróleo em território brasileiro, ele diz  que o Grupo Shell, empresa anglo-holandesa do ramo de energia e petroquímica, é uma das maiores investidoras do setor no Brasil hoje.

O chefe do departamento de economia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Luciano Losekan, “no Brasil temos uma situação atrativa, que os países do Oriente Médio, por exemplo, não têm. Esses países não geram ambiente propício para a entrada de multinacionais, já o Brasil tem recursos e uma situação política propícia para atrair que países que querem explorar e investir no petróleo”.

Contudo, ele acredita que a Lei de Partilha “pode ter afastado o interesse de algumas empresas”. No regime de partilha, o gás natural e o petróleo são divididos entre o governo e as operadoras que exploram os campos. A lei estabelece o marco regulatório do setor, permitindo que a União contrate a Petrobrás ou outras empresas, por meio de licitação, para extrair petróleo das jazidas. A empresa que oferece maior percentual ao governo vence o leilão a Petrobrás tem uma fatia mínima de 30% assegurada em cada bloco licitado.

Luciano acredita que o interesse estrangeiro pela exploração do petróleo nacional trouxe para o Brasil mais do que investimentos específicos em pré-sal, se estendendo ao setor tecnológico. “Poucos países tem os mesmos recursos naturais que o Brasil em offshore. O país está se acelerando, isso levou ao interesse de trazer tecnologia internacional para cá”, enfatiza.

Para o economista, os Estados Unidos ainda têm as empresas mais importantes do mundo no setor, mas outros pólos têm se destacado, como Inglaterra, Noruega e os países asiáticos. “A dinâmica de pré-sal aquece o setor a longo prazo. Pode haver momentos pontuais pouco movimentados, mas a tendência é de crescimento”, finaliza.

Rio Oil & Gás

A edição deste ano começou no dia 15 de setembro e vai até o dia 18, no Centro de Convenções do Riocentro, na capital do estado. Este é o principal evento de Petróleo e Gás da América Latina e sua primeira edição aconteceu em 1982. O site do evento, define a exposição como “é uma importante vitrine para as empresas nacionais e estrangeiras apresentarem seus produtos e serviços, bem como, a conferência dá a oportunidade de discussão sobre os principais temas relativos às inovações tecnológicas”. O Rio de Janeiro é um estado com grande representatividade no setor de óleo e gás, uma vez que concentra 80% da produção nacional.