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Mantega anuncia redução do IR sobre lucro no exterior para toda a indústria

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Recebido com protestos em frente ao prédio da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, se reuniu com empresários e anunciou uma nova medida para incentivar a indústria: a redução da alíquota de Imposto de Renda sobre lucros no exterior de empresas brasileiras, de 34% para 25%. A medida já valia para os setores de alimentos, bebidas e construção civil. A partir de outubro, o benefício será estendido a todo o setor manufatureiro.

Nesta segunda foi publicado o decreto sobre a retomada do Reintegra, programa que também incentiva exportações por meio da devolução de uma parte do valor da venda dos produtos industrializados por meio de créditos do PIS e Cofins.

Mantega explicou que o objetivo das medidas é que as empresas paguem os impostos e mantenham a produtividade. 

Mais cedo, Mantega, disse que o Brasil tem uma economia mais sólida do que tinha em 2008, início da crise econômica internacional. Salientou que o país está preparado para a retomada do crescimento. Entre as condições conjunturais que favorecem esse crescimento, apontou o retorno do crédito com a recuperação do mercado de consumo, a existência de reservas financeiras elevadas, um alto fluxo de investimento externo, a baixa dívida externa e o câmbio relativamente estável. 

“Estamos prontos para o novo ciclo de expansão da economia”, declarou, ao participar do 11° Fórum de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Conforme o ministro, especialistas estimam que o fim da crise deve ocorrer até o próximo ano. “De qualquer forma, a economia internacional tende a melhorar e isso criará condições para que possamos ter um crescimento maior. Não podemos subestimar o impacto da crise na economia brasileira”, declarou. 

Mantega voltou a defender as políticas anticíclicas assumidas pelo governo para enfrentar a desaceleração na economia mundial, entre elas a desoneração para a indústria, medidas de estímulo ao consumo e aumento das reservas financeiras. Reforçou, no entanto, que a política econômica do país foi feita com base na manutenção da massa salarial e do emprego.

Ao falar para uma plateia de economistas, com objetivo de debater os ajustes macroeconômicos necessários para o próximo ano, Mantega rebateu as críticas de defensores de uma estratégia neoliberal. Um dos temas abordados por ele foi a independência do Banco do Central (BC), proposta em alta no debate eleitoral. “Independência, você dá para os governos, para o Congresso, mas não para um núcleo de iluminados, que não foi votado pela população e teria poder de definir a política monetária e cambial, portanto a política econômica. Isso poderia ser feito sem ter um diálogo com as pessoas eleitas, os representantes da República. Acho complicado”, acentuou.

O ministro avaliou que a atual autonomia operacional do BC funciona como as mudanças implementadas em ano eleitoral. “Nenhum governo gostaria de, em ano eleitoral, elevar taxas de juros e baixar o crédito. Mas tem essa autonomia. E, claro, deve sempre combater a inflação”, apontou.