ASSINE
search button

Austeridade alemã gera círculo vicioso na Europa, diz artigo em jornal inglês

Itália e França enfrentam  dificuldades e Alemanha sofre rápida queda, alerta professor de Yale

Compartilhar

O desempenho das economias europeias no segundo trimestre deste ano gerou apreensões no bloco, que teme agora caminhar para uma nova recessão. Enquanto a Alemanha cai rapidamente, ressalta artigo do The Guardian assinado por Adam Tooze, Itália e França "deslizam de volta à recessão". Tooze, que é professor de história na Universidade Yale, salienta que a austeridade exigida pela Alemanha para resgatar a Zona do Euro cria um círculo vicioso, no qual "ninguém ganha".

"A crise deixou a Europa com três problemas distintos: as finanças públicas trêmulas, desemprego incapacitante a longo prazo, e os bancos mancando. Notícias deste verão sugerem que eles estão se unindo para formar um círculo vicioso de estilo japonês", diz a matéria.

Enquanto a Alemanha não consegue prosperar verdadeiramente sem um crescimento na Europa, pontua Tooze, a Europa também não pode prosperar exportando para a "economia alemã flutuante". 

Na última semana, o Escritório Federal de Estatística (Destatis) alemão divulgou uma queda de 0,2% no PIB do país no segundo trimestre deste ano, em comparação com o trimestre anterior. No primeiro, havia registrado um acréscimo de 0,7%, mas o desempenho posterior foi atrapalhado devido à incerta recuperação da Zona do Euro e à crise da Ucrânia. O impacto foi sentido no comércio exterior - as exportações cresceram menos que as importações, fato incomum no país - e nos investimentos, que tiveram uma redução drástica.

A França, principal economia do bloco europeu ao lado da Alemanha, teve uma variação nula em seu PIB no segundo trimestre. Os dois países influenciaram a variação também nula da Zona do Euro, abaixo da expectativa de 0,2% do mercado. A Itália, terceira economia do bloco, também registrou contração de 0,2% entre abril e junho. A Espanha, quarta economia e uma das mais afetadas pela crise, teve um desempenho positivo, de 0,6%, mas especialistas desconfiam da continuidade na recuperação. 

Antes das tensões com a Rússia pela crise na Ucrânia, os analistas apostavam em uma recuperação europeia no período. O resultado gera agora, então, o medo de uma nova recessão no continente.