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'Calote' da Argentina não terá grande impacto, diz FMI

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Uma possível moratória técnica da Argentina não terá um grande impacto por conta do isolamento relativo do país do sistema financeiro, disse a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), a francesa Christine Lagarde. Ela também destacou que "mesmo que um default seja sempre desagradável, não acho que teria um forte impacto em grande escala".    

A Suprema Corte dos Estados Unidos recusou no dia 16 de junho o recurso apresentado por Buenos Aires para revisar a ordem de pagamento dos "fundos abutres" (nome de títulos da dívida pública argentina comprados quando o país declarou moratória, em 2001, não renegociados) e ordenou seu pagamento. Se Buenos Aires não conseguir pagar os abutres, ou ao menos chegar a um acordo, até o dia 31, o país entra em moratória técnica - quando tem fundos para pagar a dívida, mas não consegue tomar a ação.

Thomas Griesa, o juiz de Nova York que acompanha o caso, autorizou "pela única vez" o banco Citigroup a pagar os credores que aceitaram a reestruturação de títulos em 2005 e 2010, mas sob jurisdição argentina.    

O magistrado alegou que a Justiça norte-americana não quer "prejudicar o pagamento da Repsol". "Por esta única razão o Citigroup poderá pagar os interesses do bônus da Repsol e também dos bônus reestruturados", explicou o juiz em comunicado.    

Ainda de acordo com ele, era muito difícil para o banco distinguir entres os bônus argentinos e os destinados ao pagamento da empresa espanhola.    

A Repsol aceitou o pagamento "em bônus soberanos como compensação pela expropriação" da YPF em maio de 2012 de US$ 5 bilhões (cerca de R$ 11 bilhões).     

Clube de Paris     

A Argentina pagou nesta segunda-feira a primeira parcela, de US$ 642 milhões, do plano de pagamento de dívidas recentemente acordado com o Clube de Paris .    

"Desta maneira, a Argentina continua no caminho de regularização dos passivos internacionais produzidos pelo default do ano 2001", informou o Ministério da Economia argentino.    

No final de maio, Buenos Aires chegou a um acordo com o Clube de Paris para saldar um débito de US$ 9,7 bilhões em um período de 5 anos. O país deve pagar ao menos US$ 1,1 bilhão até maio de 2015.