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NYT: medo de crise financeira americana era um falso alarme

O artigo aponta que o medo da crise poderia ser uma manobra política para desclassificar Obama

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O jornal The New York Times publicou uma reportagem na última segunda-feira (21) dizendo que toda a preocupação que aconteceu nos últimos cinco anos em torno de uma crise financeira americana não passaram de um falso alarme e ainda ponta possibilidade de ter sido uma 'implantação do pânico' com motivações políticas. 

“Durante grande parte dos últimos cinco anos os leitores do noticiário político e econômico foram deixados com poucas dúvidas de que os déficits orçamentários e o aumento da dívida foram a questão mais importante para a América. Pessoas sérias faziam terríveis advertências que os Estados Unidos arriscaram se transformando em outra Grécia a qualquer momento”, começa o jornal.

A publicação ainda diz que o presidente Obama nomeou uma comissão especial, bipartidária para propor soluções para a suposta crise fiscal, e passou grande parte de seu primeiro mandato tentando negociar um negócio grande sobre o orçamento com os republicanos. “Esse acordo nunca aconteceu, porque os republicanos se recusaram a considerar qualquer acordo que aumentou os impostos. No entanto, a dívida e os déficits ter desaparecido do noticiário. E há uma boa razão para isso ato de desaparecimento: A coisa toda acaba por ter sido um alarme falso”, completa o jornal.

O jornal ainda considera, sobre a economia americana, que o Escritório de Orçamento prevê que o déficit federal deste ano será apenas 2,8 por cento do PIB, contra 9,8 por cento em 2009, quando as expectativas sobre uma possível grande crise começaram. Eles relembram, porém,  que  a dívida federal continua a crescer - mas a economia está crescendo muito. “Por isso, o escritório de orçamento prevê  a dívida em relação ao PIB mantenha-se mais ou menos plana para a próxima década”, afirma a publicação.

O jornal ainda relembra a crise da própria Grécia, com a qual a possível dificuldade estadunidense tanto foi comparada. O diário, porém, afirma que até mesmo dentro da Europa a gravidade da crise da dívida diminuiu rapidamente uma vez que o Banco Central Europeu começou a fazer o seu trabalho, deixando claro que iria fazer "o que fosse preciso" para evitar crises financeiras em países que desistiram de suas próprias moedas e adotaram o euro.

O articulista provoca “Você sabia que a Itália, que permanece profundamente em dívida sofre muito mais do peso do envelhecimento da população do que nós [americanos], agora pode emprestar a longo prazo a uma taxa de apenas 2,78 %?”. O articulista ainda diz que essa paranoia sobre a crise financeira fez a o país esquecer seus “verdadeiros problemas” e poderia ter sido uma estratégia política. “É difícil escapar da sensação de que o pânico da dívida foi promovido porque serviu a um propósito político - que muitas pessoas estavam articulando a noção de uma crise como forma de atacar a Segurança Social e Medicare[ dois programas essenciais do governo Obama, que levam saúde e assistência social para os mais pobres] E eles fizeram um dano imenso ao longo do caminho, desviando a atenção da nação de seus problemas reais - o desemprego, a deterioração da infra-estrutura e muito mais”, completa o jornal.