ASSINE
search button

Queda da nota não leva em conta cenário atual da economia, diz Humberto Costa

Compartilhar

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (CE), defendeu o governo após a redução da nota da economia brasileira, divulgada nesta tarde pela agência de classificação de risco Standard & Poor's. Para o senador, a queda da nota de risco do país não leva em consideração o cenário do início deste ano, com crescimento industrial, de emprego, do Produto Interno Bruto (PIB) e de inflação sob controle.

“Vejo com absoluta tranquilidade [o rebaixamento], o Brasil permanece na condição de baixo risco de investimento, continua com seus pressupostos econômicos bastante sólidos”, avaliou o líder, depois de se reunir com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Segundo Humberto Costa, o assunto não foi discutido no encontro entre a ministra e líderes do governo na Câmara e no Senado.

O senador questionou a parcialidade da Standard & Poor's e de outras agências de classificação, que, segundo ele, divulgam notas que “não são absolutamente inocentes e imparciais” e “refletem interesses de especuladores”. “[Essas agências] ainda têm muitas explicações a dar ao mundo. Elas indicavam aos investidores que aplicassem em bancos e empresas americanas no momento em que houve aquela bolha e várias empresas e bancos quebraram, e com eles muitos acionistas”, disse.

De acordo com o líder, o governo vai articular com sua base no Congresso para que não seja criada uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a compra da Refinaria de Pasadena pela Petrobras. Na semana passada, o jornal O Estado de S. Paulo informou que a compra da refinaria do Texas teve o aval da presidenta Dilma Rousseff, que na época era ministra-chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Em nota, o Planalto disse que a aquisição se baseou em parecer “técnico e juridicamente falho”.

Humberto Costa disse que o assunto já está sob investigação em outras instâncias, como o Tribunal de Contas da União, a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal. “Entendemos que não cabe a efetivação de uma CPI, até porque o último exemplo de CPI, que foi a do Cachoeira, terminou em um relatório de duas páginas que não indiciou ninguém, então foi muito mais um palco político”, disse o senador. Ele defendeu, porém, que ministros e a presidenta da Petrobras, Graça Foster, prestem esclarecimentos no Congresso, e que haja acesso a todos os documentos.

“Essa transparência todos nós queremos e o governo vai dar”, explicou, acrescentando que a compra era um bom negócio na época, recomendado por duas empresas de consultoria. A ideia, segundo o ministro, é dar esclarecimentos à base aliada. “Acima de tudo esclarecer os senadores e deputados. Há muita especulação, as pessoas talvez não tenham tido as explicações de como as coisas aconteceram”, avaliou.