Como o Jornal do Brasil vinha prevendo, desde junho de 2013, a agência Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito da dívida do Brasil em um nível, de 'BBB' para 'BBB-', mas ainda dentro da faixa de grau de investimento.
No dia 24 de outubro de 2013, o JB informava que "as últimas manifestações públicas do FMI - a quem o Brasil já foi devedor e hoje é credor, graças a empréstimos feitos no governo Lula - nos permite imaginar que há um início de tentativa de forçar agências de risco a preparar por razões políticas, um rebaixamento da nota do Brasil".
Em comunicado, a agência diz que o rebaixamento reflete a combinação de "derrapagem orçamentária" em meio às perspectivas de "crescimento moderado nos próximos anos" e de baixo volume de investimentos.
Segundo a agência, o rebaixamento reflete a deterioração fiscal do país, o enfraquecimento da credibilidade de condutas federais, a crescente quantidade de atividades excedentes ao orçamento, além do uso persistente de bancos estatais.
A previsão é de que a economia brasileira, de acordo com a S&P, conte com uma expansão do PIB de 1,8% em 2014 e 2% em 2015. A perspectiva conta com uma melhora modesta nas exportações este ano e em 2015.
A nota do Brasil na classificação feita pela S&P estava em BBB desde novembro de 2011.
Quanto maior o rating de um país, melhor ele é sob o ponto de vista de atração de investimentos.
Em junho do ano passado, a agência de classificação tinha indicado que poderia cortar a nota do Brasil por causa do baixo crescimento da economia e da redução do esforço fiscal. Apesar do rebaixamento, o país ainda está na categoria de grau de investimento, que indica baixa probabilidade de calote na dívida pública.
A nova nota representa o primeiro degrau na escala considerada "grau de investimento", dada a países avaliados como investimento seguro pelas agências.
Segundo economistas, a primeira impressão é que em grande medida o rebaixamento não é uma surpresa e estava no preço de diversos ativos. No entanto, de acordo com os analistas, pode-se esperar certa realocação em alguns mercados na manhã desta terça-feira, em especial dólar e juros.
Vale lembrar que quando a S&P cortou os juros ela alterou também o outlook para estável o que garante quase um ano de estabilidade nessa casa de rating.