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Light apresenta aumento do lucro líquido em 2013

Resultado foi 38,5% acima do ano anterior

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A Light teve um lucro liquido de R$ 587,3 milhões no ano passado, o que representou um aumento de 38,5% em relação ao resultado alcançado em 2012. No quarto trimestre de 2013, o lucro líquido foi de R$ 129 milhões, uma redução de 19,4% se comparado ao mesmo período do ano anterior, em função do registro de receita por mudança de estimativa contábil no quarto trimestre de 2012.

O consumo total de energia da distribuidora em 2013 somou 25.717 GWh e cresceu 2,9% em comparação com 2012. Somente no quarto trimestre do ano passado (4T13), aumentou 1,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando 6.531 GWh, influenciado pelo aumento do consumo nos segmentos residencial e comercial, que subiram 3,3% e 2,2%, respectivamente.

O EBITDA (lucro antes de impostos, depreciação e amortização) consolidado de 2013 foi de R$ 1,6 bilhão, o que significou um aumento de 17,9% acima do realizado em 2012. No quarto trimestre do ano passado, chegou a R$ 341,7 milhões, 28% inferior ao alcançado no mesmo período do ano anterior, devido à mesma mudança de estimativa contábil.

Em 2013, a taxa de arrecadação foi de 100,6%, 2,6 pontos percentuais acima da registrada em 2012, apresentando tendência consistente de crescimento ao longo dos últimos anos. De acordo com nota da Light, o programa de combate à inadimplência com o progressivo processo de instalação de medidores eletrônicos, as cobranças mais eficazes, a implementação do Projeto Light Legal e o aumento no volume de corte de energia resultaram em um bom desempenho da taxa de arrecadação ao longo do ano. No trimestre, segundo a empresa, o índice atingiu 99,3% do total faturado, 3,8 pontos percentuais acima do registrado no mesmo período de 2012.

As perdas não-técnicas, (consumo ilícito), segundo a empresa, seguem importante trajetória de queda. O acumulado dos últimos 12 meses apresentou redução de 0,4 pontos percentuais, representando 5.738 GWh e chegando a 15,7% da energia distribuída. Já no mercado de baixa tensão, houve queda de 3,2 pontos percentuais em relação a dezembro de 2012, significando 42,2% da energia faturada.

Para potencializar a redução, a Light vem investindo continuamente em ações como processos convencionais de inspeções de fraudes, modernização de rede e sistemas de medição e projetos de áreas de perda zero (Light Legal). As atividades proporcionaram, em todo o ano de 2013, um montante de aproximadamente 160 GWh em energia recuperada e de cerca de 250 GWh em energia incorporada.

Foram feitas 57 mil normalizações de clientes, 7% a mais do que o realizado em 2012, e o numero total de medidores eletrônicos instalados chegou a 432 mil, um incremento de 26,7% relativo ao fechamento do ano anterior. Já dentro do Projeto Light Legal, que consiste em selecionar pequenas áreas de 10 a 20 mil clientes onde atuam microempresas voltadas exclusivamente para a melhoria dos indicadores de perdas e inadimplência, a companhia de energia chegou a 26 áreas atendidas, abrangendo 416 mil clientes.

Investimentos

No ano de 2013, o total investido pela Light somou R$ 845,0 milhões, 6,1% acima do investido no ano de 2012. O segmento de distribuição concentrou o maior volume, R$ 712,6 milhões (representando 84,3% do investimento total), apresentando um crescimento de 2,7% frente ao valor investido em 2012.

Dentre os investimentos realizados, se destacam o desenvolvimento de redes de distribuição e expansão, no valor de R$ 349,8 milhões, o projeto de combate às perdas de energia, com R$ 192,1 milhões e as ações destinadas à Copa do Mundo e aos Jogos Olímpicos de 2016, no total de R$ 148,7 milhões.

Os investimentos em comercialização e eficiência energética passaram de R$ 26,1 milhões em 2012 para R$ 61,0 milhões em 2013. Esse aumento é explicado pelo projeto de cogeração que está sendo realizado junto a uma grande indústria de bebidas.

Comunidades

O programa de melhoria da qualidade no fornecimento de energia para comunidades continua como um dos focos da Light e vem mostrando bons resultados. Desde o início, já soma 101 mil clientes atendidos com a nova rede e medidores.

Das 34 comunidades que já contam com Unidade de Polícia Pacificadora, a Light está presente em 17 delas e já concluiu a reforma de rede elétrica em 9, registrando uma redução média das perdas de energia de 53 p.p. (de 64,1% para 11,1%) e aumento médio da adimplência de 88,9 p.p. (de 9,6% para 98,5%).

Pessimismo

Analistas de mercado estavam prevendo um resultado nada animador para o balanço da Light devido à situação das distribuidoras com as térmicas ligadas. O preço da energia gerada por essas usinas é bem maior do que gerada pelas hidrelétricas. As térmicas, no entanto, tiveram que ser acionadas pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) devido à falta de chuvas neste ano.

As ações da empresa na Bovespa nesta segunda-feira (10) passaram boa parte do pregão em queda e fecharam a -1,07% o que demonstrava uma expectativa negativa os investidores em relação ao balanço da empresa. Desde de janeiro as ações da Light já tiveram uma perda de cerca de 30% por conta, principalmente, das condições climáticas que estão impactando nos custos da geração de energia.

De acordo com a análise do balanço da Light pela XP Investimentos, o resultado de 2013 ficou um pouco aquém do esperado pelo mercado, mas ainda assim tevemos alguns pontos positivos. No que se refere ao controle de perdas, a empresa mostrou evolução nesse importante quesito, reduzindo em 1,5 ponto percentual o índice de perdas não técnicas sobre o mercado de baixa tensão ante o terceiro trimestre de 2013. No consolidado, a redução atingiu 3,2 pontos percentuais se situando em 42,2%. A instalação de medidores eletrônicos tem contribuído para isso e houve uma expansão da instalação desses equipamentos de 26,7% na comparação anual. Outro ponto positivo foi o elevado dividendo que representa um yield de 11,3%.

O relatório da XP destaca ainda o repasse de recursos via CDE referente ao mês de janeiro no montante de R$ 181,2 milhões que ajuda a sustentar o fluxo de caixa da empresa no curto prazo. Ao longo de 2013 a Light recebeu R$ 300 milhões nessa linha. Para o médio prazo, segundo o relatório, há um receio com as definições que possam ocorrer no setor em função do risco de racionamento, os elevados preços de energia e as incertezas quanto aos possíveis repasses do tesouro às distribuidoras.