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Apagão atingiu mais de 3 milhões de pessoas em 11 estados 

Governo garante que blecaute não está relacionado com o aumento do consumo de energia

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Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, garantiu que o apagão ocorrido mais cedo em parte das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Tocantins, não está relacionado com o aumento do consumo de energia nas últimas semanas, provocado pelo calor.

Mais de 3 milhões de consumidores foram afetados em 11 estados com a falta de energia. Em São Paulo foram 1,2 milhão, segundo a Eletropaulo. No Rio, 880 mil, de acordo com as concessionárias Light e Ampla.

Márcio Zimmermann explicou que o apagão ocorreu em decorrência de um desligamento seletivo do sistema elétrico de modo a preservar que uma falha se propagasse. Zimmermann afirmou que cabe ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) avaliar a ocorrência que levou à falha. 

Ele reafirmou também que a estiagem e a redução dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas não ameaçam o abastecimento de energia elétrica no país.

ONS diz que ocorreu um curto-circuito na linha de transmissão Miracema-Colinas 

Por meio de nota, o Operador Nacional do Sistema (ONS) informou que às 14h03 ocorreu um curto-circuito monofásico envolvendo a fase A da linha de transmissão 500 kV Miracema – Colinas C3, de propriedade do agente de transmissão Intesa, cujo controlador é o FIP Brasil, sendo a falha eliminada pela atuação correta das proteções da linha. 

Em seguida, ocorreu um curto-circuito bifásico-terra envolvendo as fases A e B da linha de transmissão 500 kV Miracema – Colinas C2, de propriedade do agente de transmissão Taesa, cujo controlador é a Cemig, sendo a falha eliminada pela atuação correta das proteções da linha. 

Após a configuração da perda dupla entre Miracema e Colinas e considerando que o somatório dos fluxos nos três circuitos deste trecho, imediatamente antes dos distúrbios, era de 3.400 MW, foi acionada a lógica de perda dupla do Esquema de Controle de Emergência – ECE da interligação, comandando o desligamento do circuito remanescente, de propriedade da Eletronorte. 

Com a abertura da interligação Norte/Sudeste no trecho Miracema – Colinas, atuou o Esquema de Controle de Emergência – ECE dessa interligação, desligando a LT 500 kV Serra da Mesa 2 - Rio das Éguas, separando fisicamente os sistemas Norte e Nordeste do restante do restante do SIN. 

Mais cedo, o ONS divulgou a primeira nota sobre o apagão, informando apenas a ocorrência de uma falha em linha de energia que liga o Norte ao Sudeste, o que provocou falta de energia em partes das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul.

Segundo o ONS, o problema aconteceu às 14h03, e a energia começou a ser restabelecida 35 minutos depois.

>> Corte de energia pode acender alerta no governo

Em São Paulo, a AES Eletropaulo disse que uma falha no Sistema Interligado Nacional afetou o fornecimento de energia em cidades da Grande São Paulo e bairros da capital paulista nesta terça-feira. Segundo a empresa, foram afetados Vargem Grande Paulista, Embu, Diadema e Cotia, da área de concessão da distribuidora. Bairros da capital paulista também foram prejudicados, como: Capão Redondo, Pedreira, Cidade Ademar, Mooca, São Mateus, Vila Prudente, Itaquera, Vila Mariana, Guaianases e Vila Matilde.

Já no Paranáa Companhia Paranaense de Energia (Copel) informou que o problema deixou sem luz 355 mil consumidores em diversas regiões. 

Em Santa Catarina, a Celesc disse que a interrupção no fornecimento de energia, registrada às 14h03 em diversas cidades do estado e no território nacional, foi causada por problemas no Sistema Interligado Nacional (SIN), ao qual a Celesc está interligada. Ainda não há informações oficiais sobre a causa da ocorrência no SIN. "Quando isso acontece, todas as concessionárias seguem um procedimento técnico predefinido de alívio de carga, coordenado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), o que envolve desligamento de alimentadores. Esse procedimento é chamado de Esquema Regional de Alívio de Carga – ERAC. Salientamos que o problema é externo à rede de distribuição da Celesc, ou seja, não gerenciável pela Empresa. Quando o sistema estiver estabilizado, com a autorização do ONS, os alimentadores da Celesc serão religados gradualmente", informou a concessionária.

E no Rio de Janeiro, a Light informou que interrompeu o fornecimento de energia em bairros do subúrbio e Zona Oeste do Rio e Baixada Fluminense. Cerca de 600 mil pessoas estavam sem luz no Rio por volta das 15h30, segundo a Light.

A falta de energia atingiu os bairros de Bangu, Campo Grande, Guaratiba e Jacarepaguá, na Zona Oeste; Méier, Pavuna, Inhaúma, Irajá, Penha, Cascadura e Madureira, no Subúrbio; e os municípios de Mesquita, Belford Roxo, Queimados e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Confira a nota do ONS:

"Às 14h03, uma perturbação no Sistema Interligado Nacional causou a abertura da interligação em 500 kV entre a Região Norte e as Regiões Sudeste/Sul, entre Colinas e Serra da Mesa,interrompendo o fluxo de 5 mil MW para essas regiões.

Para evitar a propagação do evento, houve atuação do primeiro estágio do Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC), causando o desligamento automático de cargas pré-selecionadas pelos agentes distribuidores locais, visando restabelecer a frequência do sistema.Às 14h41, a interligação Norte-Sudeste foi religada e a frequência normalizada. Já foi iniciado o processo de recomposição das cargas desligadas.

Essas informações serão atualizadas tão logo novos dados estejam disponíveis".