ASSINE
search button

Venda de automóveis no final do ano fica abaixo das expectativas

Números de novembro desse ano caíram 2,82% em relação ao mesmo período de 2012

Compartilhar

As vendas de carros no país cairam em novembro, em comparação com o mês passado. Segundo pesquisa da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), foram 288.221 automóveis e comerciais leves, como SVUs e picapes, vendidos nesse mês, enquanto em outubro o número chegou a 313.488. Em comparação com 2012, o número total de automóveis vendidos também caiu. Até agora, 3.240.020 veículos foram comprados. No mesmo período do ano passado, 3.290.698 já haviam saído das concessionárias.

Apesar da queda, os lojistas costumam ficar confiantes em relação a dezembro, quando o número de carros vendidos sempre aumenta. No entanto, a tendência não está se confirmando dessa vez. Para Edinaldo Motta, gerente de vendas de uma concessionária de automóveis, as vendas desse final de ano não estão decepcionando, embora as expectativas fossem maiores.

"Já em setembro o mercado se aquece e fica assim até o final. No entanto, o aumento de vendas em dezembro não foi tão grande como o esperado. Estamos tentando descobrir o motivo, talvez o mercado tenha ficado dividido entre todas as marcas. Outro motivo pode ser a questão do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) aumentar, diminuindo o movimento”, explica.

Guido Mantega, ministro da Fazenda, anunciou o aumento do IPI para automóveis já em janeiro. Atualmente, o imposto possui desconto desde 2012, para aumentar as vendas, já que as montadoras estavam com o estoque alto. Portanto, o aumento do IPI influencia no preço do automóvel, que também fica mais caro.

Segundo Edinaldo, o aumento tímido das vendas também tem a ver com a restrição ao crédito. “Hoje, não se consegue nada sem uma entrada e 80% dos veículos são financiados. Portanto, se os bancos exigem uma entrada maior, com um crédito mais restrito, as vendas são dificultadas”, conta.

Outra mudança também marcada para janeiro que afetará o preço dos automóveis é a obrigatoriedade de airbags e freios ABS em todos os novos carros fabricados no Brasil. Hoje, pela lei, apenas 60% da produção deve cumprir essa exigência. De acordo com Mantega, o aumento do preço do veículo deve ficar entre 4% e 8%.

O presidente da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), Décio Carbonari, explica que, justamente por conta do aumento do IPI, comprar agora se torna um atrativo ainda maior. “Financiando um carro em dezembro, o cliente garante que não participará do aumento. Além disso, a entrada do 13º salário ajuda ainda mais o mês porque é possível dar uma entrada maior e as parcelas têm menor valor. Pra finalizar, as montadoras ainda costumam colocar taxa zero ou juros atrativos nesse período. Dezembro é um ótimo mês para comprar um veículo”, opina.

Décio explica que, fora essas vantagens, ainda é possível financiar um automóvel de modelo 2014, porém produzido em 2013. Segundo ele, é comum encontrar ofertas para esses casos, já que montadores e concessionárias querem se desfazer dos estoques. 

*Do programa de estágio do Jornal do Brasil