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Governo confirma Gripen NG, da sueca Saab, como novo caça do Brasil

Proposta sueca venceu concorrência com a França e os Estados Unidos pela aquisição de 36 aeronaves

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O ministro da Defesa, Celso Amorim, anunciou nesta quarta-feira que o projeto F-X2 para aquisição de novos caças pelo Brasil foi vencido pela sueca Saab, com o modelo Gripen NG. As discussões sobre a aquisição de 36 aeronaves de combate se arrastam por mais de dez anos e a decisão vinha sendo adiada sob argumento de falta de orçamento.

"Depois das análises e estudos feitos, a presidente Dilma me incumbiu de informar que o vencedor do certamente para a aquisição de 36 caças para a FAB é o avião sueco Gripen NG", anunciou Amorim.

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O Gripen NG era finalista do projeto de compra junto com o francês Rafale (Dassault) e com o americano F-18 Super Hornet (Boeing). O trunfo dos suecos foi a melhor oferta de transferência de tecnologia a um custo mais baixo.  "A escolha levou em conta performance, transferência efetiva de tecnologia e custo, não só de aquisição, mas de manutenção. A decisão de baseia no melhor equilíbrio desses fatores", argumentou o ministro da Defesa.

O primeiro modelo do Gripen já tem seis países como clientes, três deles parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan): República Tcheca, Hungria e Reino Unido. A versão NG ainda é um protótipo, mas para a Saab isso não é uma desvantagem. Pelo contrário, o Brasil poderia participar da finalização de um modelo em estágio já avançado, tendo assim acesso ao código fonte da aeronave e total autonomia para exportá-lo.

Os franceses estão tendo dificuldades para exportar o Rafale. Durante o governo Lula, a Dassault quase fechou negócio, mas Dilma se distanciou da proposta. Nem o lobby do presidente francês, François Hollande, na semana passada foi suficiente para convencer a presidente brasileira do contrário. Hollande chegou a trazer o presidente da Dassault, Éric Trappier, para oferecer informações técnicas e financeiras mais precisas às autoridades brasileiras.

O F-18 Super Hornet já tinha a desvantagem de não conseguir garantir a total transferência de tecnologia, além de restringir a exportação de aeronaves para países não aliados dos Estados Unidos. Mesmo assim, Dilma chegou a flertar com o modelo americano, mas as chances foram reduzidas drasticamente com a revelação da espionagem dos Estados Unidos a empresas, autoridades e cidadãos brasileiros.